Autores

Silva, F.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Moraes, L.C.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Trindade, A.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Gama, B.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Matos, M.J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Quintela, R.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Santos, Y.C.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Ramos, K.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Queiroz, F.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, F.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento do letramento digital e incorporação da tecnologia nas aulas de química, utilizando para isso aplicativos como Google Meet, simulador Phet Colorado e jogo digital Estequiz no desenvolvimento de aprendizagens com cálculos estequiométricos para alunos do ensino médio, desenvolvendo componentes que possam preparar os alunos para os desafios que o atual momento pandêmico do novo corona vírus nos impõe. Com a realização das aulas teóricas e oficia prática em turmas de 1°, 2° ano e 1° ano do EJA da Escola Estadual Professora Nancy Nina da Costa, situada em Macapá-AP, e posterior coleta de dados, pôde-se observar através da aprendizagem dos alunos que é necessário utilizar as TIC ´s como ferramentas para melhor desenvolvimento das aulas de química.

Palavras chaves

TCIs; Apps; Cálculos Estequiométrico

Introdução

O sistema educacional brasileiro tem sofrido mudanças, e isso pôde ser observado com mais ênfase com o advento da pandemia do SARS-CoV. A pandemia gerou grandes impactos na educação nacional, tanto para os estudantes quanto para Instituições de Ensino, em especial as do Estado do Amapá, forçando a busca de novos meios de aprendizagem por parte dos discentes e docentes, e até mesmo os que já ensinavam ou estudavam de forma EAD puderam sentir os impactos da pandemia, mostrando que ainda havia a necessidade em buscar novos meios tecnológicos para complementar e contribuir com as aulas durante o afastamento social e escolar. Para Weffort (1967), educação estava tendendo para o caminho que parecia ser necessário, identificada com as condições da realidade. Contudo, houve avanços massivos nas tecnologias da informação, com grande contribuição para a educação, abrangendo um universo de indivíduos envolvidos no processo educacional. A mais recente conversão da LDB diz: para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com instituições de educação a distância com notório reconhecimento, mediantes as seguintes formas de comprovação (BRASIL,2017). Para Fortuna (2013), a questão central da abordagem lúdica nos processos de ensino-aprendizagem não é ensinar como agir, como ser, pela imitação e pelo ensaio através do jogo, tampouco obnubilar o ensino e os conteúdos escolares, manipulando o aluno-jogador, mas sim, a possibilidade de desenvolver a imaginação, o raciocínio, a expressão, a relação com o outro e consigo mesmo. No entanto, Wu e Shah (2004) afirmam que as relações entre as tecnologias e Química, definem a Química como uma ciência essencialmente visual. A aprendizagem da Química envolve a compressão de conceitos expressos pela ciência por meio de compressão e gráficos, formulas, enunciados, sendo essas tão antigas quanto à própria Química. Entretanto, pode se observar que as TICs a cada dia buscam inserir Apps, simuladores e outras metodologias no cotidiano escolar, e esta inserção está cada dia mais avançada, em virtude do avanço tecnológico e do período turbulento vivenciado, causado principalmente pelo COVID-19. O mundo contemporâneo exige a prazo curto um padrão de atualização dentro das tecnologias. A cada novo ano é lançado novos saberes, novos letramentos, exigindo que a população consiga lidar com toda essas funcionalidades. Com a percepção da falta de interesse pelos cálculos em química, que se desenvolve ao longo dos anos na vida escolar, porém visto que muitos alunos tinham a seu favor a tecnologia em mãos, justifica-se a criação desse trabalho junto aos discentes do Ensino Médio da Escola Nancy Nina da Costa, no Munícipio de Macapá-Amapá, utilizando como base o celular móvel dos discentes, para manusear o App Estequiz, um jogo criado para facilitar o aprendizado de cálculos estequiométricos e suas relações estequiométricas, além do simulador Phet Colorado, utilizado para demonstrar como o balanceamento estequiométrico funciona na prática, exercitando e aprendendo a qualquer momento, deixando com que cada um possa entender no seu ambiente ou em conjunto com seus colegas. De acordo com Martinho e Pombo (2009), as TICs podem constituir como elemento valorizado das práticas pedagógicas e das aprendizagens, já que acrescenta em termos de acesso à informação, flexibilidade, diversidade de suportes no seu tratamento e apresentação. Com o auxílio de eletrônicos inserir um letramento digital, buscar entender que os alunos considerados geração Z estão sempre conectados e atualizados para novos saberes. Para Contin e Pinto (2016) atualmente, em grandes centros urbanos brasileiros, crianças ainda muito novas já sabem utilizar tablets, celulares e computadores de seus pais – isso quando elas não têm os próprios dispositivos. E sendo assim, a integração dos alunos neste modelo de buscar aprender tem obtido grandes êxitos vistos nas aulas virtuais que se instalaram durante a pandemia, poucos necessitaram das buscas impressas doadas pela Escola estadual Professora Nancy Nina da Costa. Cotin e Pinto (2016) também fazem os seguintes questionamentos: É preciso uma escola para aprender?, Estar sentado em uma carteira escolar garante o aprendizado do aluno? O professor, independentemente de sua postura pedagógica, tem apenas suas horas aulas para colaborar com a construção do conhecimento de seus alunos?. Estes questionamentos implicam em deixar claro que as aulas virtuais dadas por meios tecnológicos não substituem aulas presencias, mas apenas servem de auxílio para que possam interagir em um momento que lhes foi dado para tirar dúvidas. Dentre os objetivos do trabalho, está a inserção de jogos e simuladores usados para facilitar a aprendizagem de estequiometria, mostrando que é possível ensinar e aprender estes saberes através das TICs.

Material e métodos

Para a realização das oficinas, foi utilizado jogos digitais e simuladores nas aulas remotas, através do Google Meet. A oficina foi aplicada na Escola Estadual Professora Nancy Nina da Costa, no Munícipio de Macapá-Amapá com alunos de 1°, 2° ano e 1° ano do EJA. Para as aulas introdutórias, foi utilizado o simulador Phet Colorado, que simula o balanceamento estequiométrico em suas quantidades a nível molecular e em forma de gráfico, e assim os alunos fizeram o balanceamento estequiométrico de forma ilustrada, não necessitando fazer o download no mesmo, podendo utilizá-lo apenas acessando o site que foi indicado. Na aula introdutória, houve explanação sobre o tema com explicativas, buscando sempre introduzir os alunos ao mundo tecnológico, procurando também entender as dificuldades com base no assunto abordado. Para que este objetivo fosse alcançado, demonstrou-se o uso dos aplicativos e simuladores que seriam utilizados na oficina no decorrer das aulas. Após a aula introdutória com o simulador Phet Colorado, os discentes tiveram que instalar em seus aparelhos de estudo o aplicativo Estequiz, um jogo de perguntas e respostas divido em níveis, para que pudessem começar a jogar de forma online, cabendo a cada um fazer balanceamento e cálculos com base no assunto de estequiometria, e a cada fase que a resposta estivesse certa o discente avançava para uma nova pergunta, onde ele raciocinava e respondia com base nas aulas virtuais dadas pelo professor e estagiários bolsistas do PIBID. O Estequiz, por ser um de jogo de perguntas e resposta se mostrou envolvedor, pois os discentes estavam entusiasmados na intervenção com este jogo. O simulador Phet Colorado foi utilizado buscando a agregar nos à temática, sendo um site que reproduz vários cálculos e balanceamentos, de modo que não foi preciso fazer download do mesmo pois pôde ser acessado de modo direto no site. Assim, os alunos puderam fazer balanceamentos e cálculos estequiométricos, avançando de nível à medida que foram acertando as perguntas. Houve também a aplicação de um exercício no final da oficina, onde os alunos deveriam reproduzir um mapa conceitual em torno do assunto explanado, para a análise do entendimento e da fixação do assunto de estequiometria explanados durante a apresentação e uso dos aplicativos em voga. Para finalizar, houve a aplicação de um questionário com perguntas básicas relacionadas ao app, jogo e mapa mental, contendo questões direcionadas para cada recurso usado. Essa coleta de dados serviu para análise da aprendizagem dos discentes, bem como para saber a opinião dos mesmos sobre como pode-se estar inserindo novos os aplicativos digitais nas aulas para complementar sua aprendizagem.

Resultado e discussão

Para avaliar a opinião dos alunos a respeito do uso dos aplicativos e de suas influências no aprendizado de estequiometria, foi elaborado quatro perguntas do tipo aberta, demonstradas abaixo: 1- Com relação ao app estequiz. A quão proveitosa foi a utilização do app para o ensino da estequiometria? 2- Com relação ao programa PHET colorado. A quão proveitosa foi a utilização do programa para o ensino da estequiometria? 3- Para o conjunto das mídias utilizadas. A quão proveitosa foi a utilização desse conjunto para o ensino da estequiometria? 4- Indique a quão proveitosa foi a dinâmica da oficina. Para a primeira questão nota-se a eficácia da utilização do app para o entendimento do assunto tratado com base na opinião dos alunos. Os números de moderado e ruim se devem ao fato de que alguns alunos não conseguiram fazer o download do aplicativo Estequiz ou manuseá-lo corretamente devido à baixa memória dos seus smartphone, e por isso, foi feita manuseio de forma online para que eles pudessem aprender e então manuseá-lo em outro momento, para fixar melhor os saberes explanados na aula. Para a segunda questão percebe-se uma leve queda na eficácia isso e deve ao fato de que uma parte dos alunos acompanhava as aulas apenas pelo celular então não conseguiram abrir o programa por ele. Alguns alunos também relataram falhas no carregamento e na taxa de quadros. Todavia, os que conseguiram ter acesso ao programa, demonstraram nas atividades que obtiveram êxito na aprendizagem do assunto abortado, o que pôde ser refletido em suas notas. Com isso, o conjunto utilizado de ambos em sala se mostrou satisfatório, uma vez que em aula os alunos conseguiram, em sua maioria, observar o equilíbrio e onde se encaixa a estequiometria através do programa Phet Colorado e responder perguntas imediatas contidas no aplicativo Estequiz. A opinião de dinâmica da oficina também e mostrou plena, sendo isenta de aproveitamento “ruim” por parte dos alunos, mesmo com a dificuldades enfrentadas por conta da internet ou por processadores, os alunos conseguiram (para aqueles que participaram) compreender o assunto em sua totalidade ou parcialmente através das mídias utilizadas e das explicações teóricas ministradas pela professora.

gráfico 1

gráfico de pesquisa de opinião dos alunos.

Conclusões

Com a realização da aula/ooficina e através dos resultados obtidos, pôde-se que o uso do aplicativo Phet Colorado relacionado ao jogo Esterquiz se mostrou ser uma excelente alternativa para despertar o interesse do aluno pelo conteúdo de estequiometria, uma vez que esse assunto, para muitos, é encarado com dificuldades por sua complexidade de cálculos. Todavia, com o uso dos aplicativos, pôde-se ensinar além dos cálculos, mas também tornar a aula mais atrativa, o que acarretou numa maior interação aluno-aluno e aluno-professor. Dessa forma, entende-se ainda que os aplicativos não serviram somente como distração, mas sim para a auxilio de uma aprendizagem mais sólida de balanceamento estequiométrico e dos cálculos estequiométricos, além do desenvolvimento de outras habilidades, como coordenação motora, memória e velocidade de raciocínio. Dessa forma, depreende-se que os resultados foram satisfatórios, observando que é possível utilizar jogos e outros aplicativos digitais em conciliação as aulas de estequiometria e alcançar bons resultados no que tange a aprendizagem.

Agradecimentos

Referências

CINTRA, Josiane; DALBEM, Eloísa. Comportamento organizacional. Londrina : Editora e distribuidora educacional S/A. 2016.
CONTIN, Ailton Alex; PINTO, Rosangela de Oliveira. Educação e tecnologias. Londrina: Editora e distribuidora educacional S/A. 2016.
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FORTUNA, Tânia Ramos. Brincar é aprender: dimensões conceituais e operacionais da abordagem lúdica do ensino. In: jogos e atividades lúdicas para o ensino de química. Foz do Iguaçu. 2018.

MARTINHO, T.; POMBO, L. Potencialidades das TIC no ensino das ciências naturais – um estudo de caso. Revista Eletrônica de Enseñanza de las Ciências, v. 8, n. 2, p. 527-538,2009.

MAZZALI, Karina. O uso de laboratório virtual para o ensino e aprendizado de estequiometria nas aulas de química. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/200554. Acesso em: 26 jan 2021.
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