Autores

Silva, A.M. (UECE) ; Nascimento, A.N. (UECE)

Resumo

Este trabalho refere-se à construção e aplicação do Jogo Funcional Qui-memória dentro de sala de aula como potencializador do processo de ensino-aprendizagem em Química. O estudo foi realizado na Escola Estadual de Ensino Médio Joaquim Josué da Costa, localizada no Município de Deputado Irapuan Pinheiro no estado do Ceará. A pesquisa de campo foi realizada com os discentes das turmas de 3º ano do ensino médio da escola supracitada, em que foram respondidos dois questionários, sendo que um é referente ao conteúdo de Funções Orgânicas e o outro sobre como foi a aplicação, aceitação e evolução do jogo Qui-memória em sala.

Palavras chaves

Funções Orgânicas; Ludicidade; Qui-memória

Introdução

Hoje em dia é muito explicita a grande dificuldade que os alunos têm na hora de compreender os conteúdos das aulas de química uma vez que a maioria dos professores acabam usando recursos tradicionais o que deixa as aulas um exercício de memorização de fórmulas (BRASIL, 2002). Isso vem criando uma aversão a essa disciplina, que é considerada por muitos a mais difícil, sendo o problema agravado ainda mais quando se trata do estudo das partes microscópicas. Andrade et al. (2010, p. 4) afirma que os “conceitos microscópicos e abstratos tornam a química uma ‘vilã’ do Ensino Médio”. Sendo assim, precisamos utilizar diferentes formas para tornar as aulas de química cada vez mais atrativas, e mudar a opinião dos alunos sobre essa ciência. Uma alternativa que se mostra viável é o uso de jogos didáticos auxiliando o professor, pois o lúdico associado ao conteúdo da disciplina pode despertar o interesse dos alunos e dessa forma promover a aprendizagem de novos conceitos, o que acarretaria o desenvolvimento de novas competências e habilidades (CUNHA, 2012). Novos métodos de ensino são indispensáveis para qualquer área do conhecimento, o uso de jogos pode servir de auxílio para as metodologias tradicionalistas, trazendo assim melhores rendimentos nos conteúdos estudados, além de proporcionar aos alunos uma aprendizagem dinâmica e divertida. Por isso a pesquisa introduzirá o jogo Qui-memória funcional como auxílio a metodologia de ensino de química no conteúdo de funções orgânicas, tornando o ensino aprendizagem mais prazeroso e espontâneo, desenvolvendo no aluno o aprendizado e o espírito investigativo, com o intuito principal é tornar o ensino de química mais atrativo, além de incentivar o trabalho em equipe em jogos didáticos que envolvem competição.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido na Escola de Ensino Médio Joaquim Josué da Costa, localizada no Município de Deputado Irapuan Pinheiro–CE. Os envolvidos nesta pesquisa foram 100 (cem) alunos sendo divididos da seguinte forma: 33 da turma da 3ª série A, 34 da turma da 3ª série B e 33 da turma da 3ª série C, que participaram de um jogo, denominado de QUI-MEMÓRIA, que facilitou a compreensão dos alunos na assimilação e compreensão do conteúdo de Funções Orgânicas. Foi realizado um teste de conhecimentos sobre as funções orgânicas antes da aplicação do jogo Qui-memória, e após a realização do jogo com os referidos alunos foi aplicado novamente o teste de conhecimentos sobre o referido conteúdo, para poder mensurar a aprendizagem dos alunos com a utilização do jogo e um questionário sobre o que os participantes da pesquisa acharam do jogo e como reagiram diante de cada etapa do mesmo em sala de aula. O levantamento das informações dessa pesquisa foi feito a partir da aplicação de um questionário, constituído de questões objetivas, todas relacionadas a problemática estudada e de dois testes de conhecimentos sobre as funções orgânicas, visando às respostas para atender aos objetivos desta pesquisa. Os dados foram agrupados e qualitativamente através de tabulação das respostas dos participantes e para melhor compreensão dos resultados obtidos, os mesmos foram apresentados na forma de tabelas e gráficos. Após a realização do jogo, aplicou-se questionário aos alunos, com perguntas dirigidas sobre as vantagens da metodologia lúdica em relação às metodologias tradicionais. O jogo foi montado em PowerPoint onde no tabuleiro contém as Funções Orgânicas e as figuras correspondentes a estas funções para que os alunos possam fazer as associações corretas deste conteúdo (fig. 1).

Resultado e discussão

Na aplicação do questionário sobre o conteúdo de funções orgânicas, aplicado aos alunos antes e depois da realização do jogo QUI-MEMÓRIA, os resultados foram os seguintes: Questão 1) Associe os grupos funcionas (funções químicas) da coluna I as respectivas substâncias presentes do nosso dia a dia da coluna II. Na primeira questão, as colunas I e II foram apresentadas aos alunos, e foram observados que antes da aplicação da metodologia lúdica, 45% dos educandos erraram a questão, 37% acertaram e 18% não conseguiram resolver o problema, deixando em branco. Após a construção e utilização da metodologia lúdica, os educandos responderam a mesma pergunta que gerou o gráfico 1A, que como observado no gráfico 1B, depois da aplicação do jogo funcional Quimemória, obteve-se uma melhor aprendizagem sobre o conteúdo das funções orgânicas, pois 75% dos educandos acertaram a questão, 17% erraram e 8% não conseguiram resolver, mostrando que a ludicidade ajuda na compreensão dos conteúdos químicos, principalmente na linguagem específica desta disciplina. O gráfico 2, mostra que 82% dos participantes da pesquisa relataram que durante a produção do jogo, o aprendizado foi riquíssimo, pois tiraram dúvidas com o educador ou colegas que possui mais facilidade de compreensão da linguagem científica da química, mas para 10% dos educandos mencionaram que melhorou um pouco e para 8% a metodologia lúdica não ajuda e que o aprendizado é normal.













Conclusões

A aplicação do jogo didático Funcional Qui-memória, como metodologia de ensino do conteúdo, Funções Orgânicas, nas turmas de 3º ano do Ensino Médio, para melhorar a compreensão e fixação do referido tema, foi de enorme eficiência, em que foi possível observar que ocorreu significativamente um aumento na motivação e prazer dos educandos pela disciplina de química. Pode-se concluir diante dos resultados da pesquisa de campo que 85% dos educandos aprovaram a metodologia do Jogo didático Funcional Qui-memória, fazendo com que os objetivos da pesquisa fossem atingidos.

Agradecimentos

a) UAB/UECE; b) SATE/UECE; c) CAPES; d) Licenciatura em Química em EaD da UECE; e) EEM Joaquim Josué da Costa, Município de Deputado Irapuan Pinheiro-CE; f) Polo de Piquet Carneiro-CE.

Referências

ANDRADE, R. P.; SILVEIRA, M. C. F.; SAUER, E.; STIIRMER, F. C. Uso de TIC na disciplina de Química: análise de um simulador para o ensino de Petróleo. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia, p. 1-17, 2010.

BRASIL. MEC. Orientações Curriculares Complementares aos parâmetros curriculares nacionais: ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. PCN+. Brasília: MEC, 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arq uivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2021.

CUNHA, Márcia Borin. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola: Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO 2012.