Autores

Oliveira, P.H.P. (UFPA) ; Costa, A.B.S. (UFPA) ; Martins, A.S. (UFPA) ; Duarte, A.R.C.L.M. (UFPA) ; Dantas, K.G.F. (UFPA)

Resumo

Esta atividade foi realizada pelos bolsistas do PIBID/UFPA, e apresenta uma ferramenta lúdica para auxiliar os alunos na aprendizagem dos elementos da Tabela Periódica. Antes da aplicação do jogo foi realizado um teste de sondagem, e em seguida ministrada uma aula teórica, abordando a Tabela Periódica e seus elementos. O jogo relaciona os símbolos dos elementos químicos às imagens dos materiais onde eles estão presentes, visando a associação e ajudando na familiarização dos elementos. Após a aplicação do lúdico, um novo teste de sondagem foi realizado, com o objetivo de se medir a aprendizagem dos alunos. A aplicação do lúdico mostrou-se viável para auxiliar o aluno em seu desenvolvimento.

Palavras chaves

Jogo da memória; Ensino de química; Tabela Periódica

Introdução

O avanço da tecnologia em diversas áreas, tornou o mundo atual extremamente dinâmico. Todos os dias, vemos o surgimento de novas tecnologias e outras se tornando obsoletas. O ensino atual do conteúdo de química também segue um dinamismo parecido, pois sempre surgem novas ferramentas para serem utilizadas, que vão desde plataformas como o “phet colorado” até programas de computador como o “Avogadro”. Nesse contexto, segundo Tajra (2000), é fundamental que se utilize a tecnologia computacional na educação, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento de novas habilidades de memorização e classificação. Com a finalidade de desenvolver essas habilidades de memorização e classificação, pode-se utilizar os lúdicos para o ensino de química, pois é uma abordagem diferente da tradicional, encontrada na sala de aula. Segundo Cunha (2004), os jogos são caracterizados como um tipo de recurso didático educativo que podem ser utilizados em momentos distintos como na apresentação de um conteúdo, ilustração de aspectos relevantes ao conteúdo, avaliação de conteúdos já desenvolvidos e como revisão ou síntese de conceitos importantes. Sabe-se que a disciplina de química é tida como difícil para os alunos, e com isso, algumas das ferramentas que tem sido utilizada para um melhor entendimento da matéria são os experimentos e jogos didáticos, entre outras alternativas. Entre essas ferramentas, uma que merece destaque no processo de ensino-aprendizagem são os jogos educacionais. Esses jogos, para os alunos, têm como função construir novas formas de pensamento, desenvolver e enriquecer sua personalidade, e para o professor, o jogo pode levar à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem (CUNHA, 2012). Como formas de atrair a atenção do aluno e apresentar o conteúdo desejado, foi elaborada a atividade por via de um lúdico, intitulado “Memória Química” o qual baseando-se nos fundamentos teóricos anteriormente mencionados. A aplicação da atividade foi realizada em duas turmas do 2º (segundo) ano do Ensino Médio, porém devido a problemas de acesso a dispositivos e conexão de internet, nem todos os alunos das turmas puderam participar. Das turmas, 27 (vinte e sete) alunos participaram tanto da aula de apresentação do conteúdo quanto da aplicação do lúdico. Essa atividade ocorreu com os alunos da escola E.E.F.M. Manoel Leite Carneiro, localizada na área metropolitana de Belém, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).

Material e métodos

O jogo lúdico “memoria química” busca auxiliar o aluno no que tange o conteúdo da tabela periódica e suas propriedades, mais especificamente demonstrar que os elementos químicos que dela fazem parte estão ao nosso redor constantemente, e que podemos obter inúmeras vantagens, além de se informar quais são perigosos à saúde. O jogo faz a associação de alguns elementos químicos com os materiais onde estão presentes, como num jogo da memória tradicional, por meio de cartas que fazem um par. Usando como exemplo, o elemento mercúrio, cujo símbolo é o “Hg”, o qual está presente nos termômetros de mercúrio, então, no jogo “memoria química”, essa associação é feita por meio de um par, ou seja, a carta do elemento químico mercúrio faz par com a carta do termômetro de mercúrio, pontua quem conseguir encontrar os pares relacionados. O trabalho possui dois momentos, o primeiro momento é a aplicação de um questionário com 6 (seis) questões de múltipla escolha elaborado através da plataforma “google forms” com a finalidade de obter um levantamento do conhecimento prévio do referido assunto, e, posteriormente, uma apresentação do conteúdo foi realizada. Essa apresentação se deu através de uma aula expositiva via “google meet”, utilizando-se slides dos principais conceitos da Tabela Periódica, da história de desenvolvimento e dos elementos químicos utilizados no lúdico. No segundo momento foi realizado a execução do jogo com os alunos. A aplicação do jogo “memoria química” ocorreu da seguinte maneira: os alunos foram divididos em grupos, e cada grupo teve 10 minutos e 12 chances para conseguirem encontrar o maior número de pares. Cada par encontrado equivale a 1 (um) ponto, ao final do jogo as três equipes que tiverem maior pontuação ganham, e tem o direito ao pódio. Posteriormente à execução do jogo, foi apresentado um segundo questionário com 6 (seis) perguntas de múltipla escolha, similar ao primeiro, baseado nos mesmos tipos de conhecimentos, a fim de comparar os conhecimentos adquiridos pelos alunos e da viabilidade da atividade proposta.

Resultado e discussão

Tomando como base as respostas aos formulários, realizados antes da apresentação do conteúdo e após a apresentação do lúdico, analisou-se detalhadamente as respostas dos alunos, e pode-se obter uma análise se houve ou não evolução a partir das aulas e da aplicação do lúdico. Os dados encontram-se a seguir:Respostas dos alunos na avaliação diagnóstica inicial (n=27):Pergunta - Tipo de conhecimento da pergunta - Acertos. 1ª - Elemento mais abundante no universo - 88,9% de acerto. 2ª - Símbolos dos elementos da tabela - 85,2% de acerto. 3ª - Formas alotrópicas do carbono - 70,4% de acerto. 4ª - Nomes dos grupos da tabela periódica - 48,1% de acerto. 5ª - Aplicação dos elementos químicos - 66,7% de acerto. 6ª - Onde se pode encontrar determinado elemento - 81,5% de acerto. Respostas dos alunos após a apresentação da aula expositiva e a execução do lúdico sobre a Tabela Periódica (n=27): Perguntas - Tipo de conhecimento da pergunta - Acertos 1ª - Elemento mais abundante na crosta terrestre - 81,5% de acerto. 2ª - Símbolos dos elementos da tabela - 85,2% de acerto. 3ª - Formas alotrópicas do carbono - 59,3% de acerto. 4ª - Nomes dos grupos da tabela periódica - 92,6% de acerto. 5ª - Aplicação dos elementos químicos - 66,7% de acerto. 6ª - Onde se pode encontrar determinado elemento - 92,6% de acerto. Em relação a primeira pergunta, que trata do conhecimento sobre a abundância de um elemento químico no ambiente, foi verificado que houve uma queda no percentual de acerto do primeiro para o segundo questionário, que pode estar relacionado ao fato de a pergunta no segundo questionário possuir um grau maior de dificuldade. Na segunda pergunta, notamos que o perceptual de acerto dos alunos se manteve com os mesmos índices, não demonstrando uma evolução aparente. Na terceira pergunta temos outra queda de rendimento nos acertos dos alunos, podemos atribuir também ao fato de a questão ser mais difícil que a anterior. Na quarta pergunta, podemos perceber uma evolução significativa em relação ao conhecimento sobre os nomes dos grupos da Tabela Periódica. Na quinta, temos o mesmo percentual para antes e depois da aula e do lúdico e na sexta questão temos uma evolução acerca dos acertos após a aplicação da atividade. Partindo do princípio de que o jogo visa relacionar os símbolos dos elementos químicos aos materiais onde podemos encontrá-los, podemos notar que houve uma melhora dos alunos nos principais pontos que o lúdico visou auxiliar, que são nos conhecimentos “de onde podemos encontrar determinado elemento”. Já nos conhecimentos relacionados aos “símbolos dos elementos químicos” e “aplicação dos elementos químicos” notamos que os alunos mantiveram os mesmos índices de acerto tanto no questionário 1 quanto no questionário 2. Outro fator importante para se destacar é a evolução dos índices de acerto dos alunos em relação ao conhecimento “Nome dos grupos da Tabela Periódica”, pois os índices de acerto aumentaram de um questionário para outro. Após a aplicação da atividade, foi perguntado aos alunos qual a opinião deles sobre a forma de abordagem do conteúdo e sobre a aplicação do lúdico. As respostas foram positivas, eles elogiaram a metodologia utilizada e se demonstraram bastante motivados.

Para uma melhor visualização, os dados das Tabelas 1 e 2 foram dispost

Figura 1: Avaliação das respostas do questionário diagnóstico e o questionário final.

Conclusões

Considerando a finalidade da proposta de elaboração do lúdico, foi possível constatar que a atividade proporcionou uma melhoria do aprendizado dos alunos. O lúdico apresentou excelente aplicabilidade e a viabilidade técnica no cenário das aulas remotas, provocadas pela pandemia da COVID-19. Através da avaliação diagnóstica foi possível verificar que foram minimizadas as dificuldades específicas dos estudantes na assimilação do conhecimento, principalmente em relação à identificação dos grupos da Tabela periódica e na aplicabilidade e ocorrência dos elementos químicos no cotidiano. Colaborando, assim, com o desenvolvimento pessoal quanto à identificação dos conteúdos de química com a realidade de vida do aluno.

Agradecimentos

Universidade federal do Pará (UFPA), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior (CAPES) e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).

Referências

CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Revista Química Nova na Escola. v. 34, p. 92-98. 2012.
CUNHA, M. B. Jogos de Química: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 12, Goiânia (Universidade Federal de Goiás; Goiás), 2004. Anais, 028, 2004.
TAJRA, S.F. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. São Paulo: Ed. Erica, 2000.