Autores

Silva, A.M. (UECE) ; Rodrigues, L.M. (UECE)

Resumo

Através da aplicação de questionário para os professores do ensino de química do 9o ano do ensino fundamental II dos municípios de Beberibe-CE e Pindoretama-CE, realizou-se pesquisa para analisar as dificuldades com relação aos conteúdos de química. Realizou-se análise dos dados, como também o tempo para ministrar as aulas e a satisfatoriedade dos resultados na aprendizagem dos discentes. Observou-se que mesmo com a falta de estrutura, de matérias e com as dificuldades em lecionar conteúdos, como ligações químicas, os professores conseguem abordar a química no 9° ano, mostrando que é necessária uma atenção maior para a formação dos professores, que deve ser continuada, pois a Ciência está cada dia mais desenvolvida e o ensino deve estar sempre atualizado, bem como os professores.

Palavras chaves

9° ano; Ensino de Química; Percepção dos Docentes

Introdução

Esta pesquisa procurou evidenciar o modo de abordagem em que a disciplina de Química está sendo desenvolvida no 9º ano do Ensino Fundamental II por professores de Escolas de ensino Fundamental localizada nos Municípios de Beberibe e Pindoretama – Ceará. O modelo tradicional de ensino é descontextualizado e desmotivador e ainda é amplamente utilizado por muitos educadores nas escolas de Ensino Fundamental e Médio (SOUSA, 2017). Nesse contexto, o molde tradicional, tem o professor a frente como detentor do conhecimento e os alunos atrás, adquirindo conceitos prontos, com isso, não criam anseios com relação a uma sociedade em constante evolução (SILVA, 2017). Assim, defende-se a necessidade de uma diversificação de metodologias de ensino para facilitar a aprendizagem. Dentre elas, as aulas práticas, aulas de campo, tornando-se uma alternativa para uma aprendizagem significativa. Tendo em vista que a grande maioria dos Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) de Ciências para o 9º ano traz unidades exclusivas aos conteúdos de Química e Física (MILARÉ; ALVES FILHO, 2010). Nessa perspectiva, então, ver-se a necessidade dos professores se apropriarem desse tipo de metodologia, já que a mesma é de suma importância em qualquer disciplina, possibilitando aos alunos vivenciar de forma prática o que eles só veem na teoria, de maneira mais prazerosa e dinâmica, favorecendo o processo de aprendizagem (SILVA, 2017). A ciência está cada vez mais desenvolvida, e os professores devem estar preparados para assumirem a tarefa árdua de ensinar e obter resultados satisfatórios.

Material e métodos

O presente trabalho foi realizado com a intenção de compreender e identificar possíveis soluções para os problemas enfrentados pelos professores de Química no 9º ano da rede pública de ensino. Utilizou-se de técnicas metodológicas como um breve estudo da situação, através de artigos, com uma abordagem quantitativa e o ponto de vista deste trabalho é uma pesquisa bibliográfica e investigativa. Onde buscou-se coletar dados através de um questionário. Na abordagem quantitativa a aplicação da entrevista aconteceu de forma online, através de um questionário aplicativo pelo Google Forms contendo 10 (dez) questões, sendo 8 (oito) delas objetivas e 2 (duas) subjetivas. Os entrevistados foram escolhidos conforme seus conhecimentos sobre o assunto e suas experiências com turmas do 9º ano da rede pública de ensino. Foram realizadas entrevistas nas Cidades de Beberibe e Pindoretama, com perguntas exploratórias que teve a finalidade de acumular conhecimentos acerca da visão dos professores sobre o ensino da Química no 9º ano. O questionário foi aplicado a 10 professores, contudo, obteve-se respostas de 6 deles. A análise de dados obtidos foi apresentada através de gráficos criados no Microsoft Excel.

Resultado e discussão

Um dos problemas mais comuns nas redes municipais de ensino, principalmente no interior, está relacionado com a formação dos professores. 50% dos entrevistados são formados em Biologia, 16% em Pedagogia e Matemática, outros 17% formados em pedagogia e os últimos 17% em Pedagogia com habilitação em Biologia e Química (gráfico 1). Tais resultados mostram que é comum encontrar casos de professores sem formação na área devido à falta de profissional qualificado. Questionou-se a possibilidade de realização de aulas práticas, sendo observado que 50% dos professores conseguem realizar as práticas propostas e os outros 50% não conseguem (gráfico 2). Sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores nas aulas de química, 63% dos entrevistados afirmaram que a ausência de formações direcionadas para a formação do professor em aulas práticas é a maior dificuldade, 17% afirmam que a maior dificuldade é a falta de insumos básicos para a aula. Os outros 16% restantes nos mostram que a falta de laboratórios é um fator prejudicial para o ensino (gráfico 3). Procurou saber dos professores como eles lidam com a Química e a Física presentes nos conteúdos de Ciências do 9° ano. 50% dos entrevistados afirmaram que têm dificuldade, mas tentam dar o seu melhor em cada aula de Química e/ou Física. Outros 33% declaram também ter dificuldades, pelo fato de não terem formação na área e os 17% restantes asseguram conseguir ministrar os conteúdos, pois dominam os mesmos (gráfico 4).













Conclusões

De modo geral, a experiência com esse estudo apresenta as dificuldades enfrentadas pelos professores de química do 9o ano do Ensino Fundamental II. Os resultados obtidos mostram que a formação dos professores tem sido o ponto chave em Beberibe e Pindoretama e que mesmo com as dificuldades eles conseguem buscar métodos para inovar em suas aulas, o que reforça a necessidade de aprimorar os conhecimentos e pesquisar os métodos educacionais que auxiliam os docentes em suas práticas.

Agradecimentos

a) UAB/UECE; b) SATE/UECE; c) CAPES; d) Licenciatura em Química em EaD da UECE; e) Professores de química do 9o ano de Beberibe e Pindoretama-CE; f) Polo de Beberibe-CE.

Referências

MILARÉ, Tathiane; ALVES FILHO, José de Pinho. Ciência no nono ano do ensino fundamental: da disciplinaridade a alfabetização científica e tecnológica: a química nos livros didáticos de ciências. In: MILARÉ, Tathiane. Ciências no Nono Ano do Ensino Fundamental. 2. ed. Belo Horizonte. Rev. Ensaio, p. 101-120. 2010.

SILVA, Edsom Rogério. O Ensino Híbrido no Contexto das Escolas Públicas Brasileiras: Contribuições e Desafios. Porto das Letras, Tocantins, v. 03, n. 01, p. 151-164, 10 dez. 2017.

SOUSA, Roselene Ferreira. Estágio curricular supervisionado na licenciatura plena em química e a integração teórica e prática: Perspectiva do constituir-se professor. 2017. 209 f. Tese (Doutorado) - Curso de Área de Concentração: Ensino de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.