Autores

Silva Franco, M.W. (UFPA) ; Cristiano Figueredo, W. (UFPA) ; Glins Santos, H. (UFPA) ; Corrêa Maciel, C.B. (UFPA) ; Moraes da Silva, R. (UFPA) ; Haroldo de Carvalho, R. (UFPA) ; Trindade Souza, J.R. (UFPA)

Resumo

Os jogos didáticos são utilizados no ensino de química tornando as aulas mais dinâmicas e despertando o interesse dos alunos no processo de sua própria aprendizagem. Este estudo propõe uma revisão sobre a abordagem em relação ao uso dos jogos lúdicos no ensino de química, em artigos de três eventos científicos, com o objetivo de refletir sobre sua eficácia. A partir da pesquisa bibliográfica obtivemos como resultado que a aplicação dos jogos lúdicos nas aulas de química são instrumentos que facilitam a aprendizagem, porém, devem estar associados às outras práticas de ensino. Conclui-se que o uso desta metodologia é complementar ao ensino facilitando a aprendizagem de conceitos de Química.

Palavras chaves

Ensino de Química; Jogos lúdicos; Ensino e aprendizagem

Introdução

As aulas de química são consideradas por muitos discentes complexas, pois em geral consiste na memorização de conceitos. Por conta deste contexto, muitos pesquisadores, no decorrer dos anos, investigaram estratégias pedagógicas que fomentassem a dinâmica durante as aulas de química, para assim, suprir os objetivos da disciplina e aumentar o rendimento da aprendizagem. A utilização de jogos lúdicos é exemplo dessas novas estratégias que visam promover uma aprendizagem significativa. Segundo Cunha (2012), os jogos lúdicos devem ser empregados como complemento para a aprendizagem da linguagem química, ou seja, devem ser utilizados como estratégia para facilitar a compreensão dos conceitos. Porém, durante seu uso na sala de aula é preciso atentar-se a sua principal função de contribuição ao ensino clássico de modo que a aprendizagem seja intensa, envolvendo a diversão com o entendimento dos conteúdos de química. Para Crespo e Giacomini (2010), os jogos lúdicos propiciam o desenvolvimento da criatividade do aluno no que se refere à elaboração de metodologias para a resolução de problemas, além da agilidade mental e o raciocínio lógico de forma didática e atrativa. A aplicação dos jogos didáticos durante as aulas de química necessita ser planejada e associada a uma proposta pedagógica fundamentada, para assim, cumprir sua função na construção do seu conhecimento por meio de uma aula dinâmica. Diante do exposto, este estudo propõe uma revisão sobre a abordagem em relação ao uso dos jogos lúdicos no ensino de química, em artigos de três eventos científicos, com o objetivo de refletir sobre sua eficácia.

Material e métodos

Para análise deste estudo foi utilizado um levantamento bibliográfico de artigos científicos publicados nas últimas edições de três eventos científicos (Endipe, EnECI e Enpec) sobre jogos lúdicos no ensino de química com a finalidade de verificar os resultados obtidos e os aspectos convergentes sobre este tema. Segundo Soares (1991, o entendimento do estado da arte em produções científicas é essencial para a evolução da ciência, no sentido que se conheça informações e resultados já estabelecidos sobre determinado assunto. Para este estudo foi necessário primeiro verificar os trabalhos já publicados sobre o tema. Em seguida foram selecionadas as fontes mais relevantes e procedeu-se a organização e a análise em 12 artigos selecionados. Neste artigo de revisão estabeleceu-se o debate entre as ideias dos autores dos artigos pesquisados e com os autores deste estudo, no sentido de estabelecer as conclusões. A partir das pesquisas foram encontrados artigos acadêmicos que dispõem de informações sobre a realização de atividades lúdicas durante as aulas, onde, em geral, relatam que os jogos didáticos promovem o desenvolvimento das habilidades/competências individuais e coletivas dos discentes por meio de uma dinâmica e interesse. Para a análise de dados foi levado em consideração artigos que possuem tanto a abordagem teórica como o resultado de ações com o intuito de investigar a eficácia dos jogos lúdicos para a aprendizagem. Aplicamos um jogo de trilhas, de modo remoto em virtude da pandemia, sobre o ensino de Química, envolvendo conteúdo da tabela periódica, com 9 alunos de uma escola da educação básica de Belém (PA) contemplada pelo projeto PIBID, sendo os resultados semelhantes aos encontrados nos artigos analisados neste estudo.

Resultado e discussão

Para verificar os resultados após abordagens teóricas analisou-se a realização de atividades praticas. O jogo “Quimitrilha” foi aplicado por alunos de Licenciatura em Química, que consideraram como uma metodologia alternativa que pode contribuir para o entendimento dos assuntos lecionados, além de instigar a participação ativa dos alunos durante a aprendizagem (LADEIRA et al., 2018). Jogo de trilha ocasiona uma aprendizagem divertida, de fácil assimilação por meio da interação entre alunos/professor e aluno/aluno, assim como, possibilita o aluno ser o protagonista da construção do seu conhecimento. Palavras cruzadas foram utilizadas como uma atividade extraclasse para os alunos do ensino médio revisar e exercitar definições sobre teoria atômica. Edemar Filho et. al.(2009) constatou que durante a aplicação da atividade aumentou o interesse em participar da aula, fomentou o diálogo entre professor/aluno com base em discussões a respeito do assunto e a interação entre os colegas. Assim, a atividade contribui para aprendizagem, instigando o raciocínio lógico, melhorando a memorização e a atenção. Segundo Soares (2008), para realizar um jogo educativo é necessário levar em consideração tais aspectos para cumprir sua função: delimitação do espaço adequado para aplicação, o professor deve viabilizar meios de que a atividade mantenha seu caráter lúdico com interação entre os alunos e seja divertido, considerar a existência de regras para o bom desenvolvimento do jogo; as regras do jogo precisam ser objetivas e claras, por fim o jogo deve ser de livre exploração de modo que o discente participe da atividade de forma voluntária. Para Cunha (2012) delimitar as regras de um jogo e orientá-los corretamente (no sentido didático) é a base que difere o jogo lúdico dos demais jogos.

Conclusões

O jogo deve ser planejado para cumprir sua função didática e alcançar seus objetivos, considerando o espaço, as regras, a dinâmica, a liberdade do aluno e propiciar a compreensão do assunto para não perder o caráter lúdico e educativo. Pelos artigos analisados, conclui-se que o uso desta estratégia é um instrumento que facilita o entendimento de conteúdo, promove o desenvolvimento do raciocínio lógico, autonomia, interação com as pessoas e respeito por regras. Os jogos lúdicos, portanto, contribuem na compreensão dos assuntos de química quando são associados a outras práticas de ensino.

Agradecimentos

Referências

CRESPO, L. C.; GIACOMINI, R. As Atividades Lúdicas no Ensino de Química: Uma Revisão da Revista Química Nova na Escola e das Reuniões Anuais da Sociedade Brasileira de Química. UENF Darcy Ribeiro-CCT - Laboratório de Ciências Químicas, 2010.

CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova Na Escola: v. 34, n. 2, p. 92-98, maio, 2012.

EDEMAR FILHO, B. et al. Palavras Cruzadas como Recurso Didático no Ensino de Teoria Atômica. Química Nova Na Escola: v. 31, n. 2, maio, 2009.

LADEIRA, F. F. et al. A importância de jogos lúdicos no ensino de química na educação básica. Ágora – A revista científica da FaSaR. Ano II, nº 01, julho, 2018.

SOARES, M. B. Alfabetização no Brasil: o estado do conhecimento. Brasília: INEP/Santiago: REDUC, 1991.

SOARES, M. H. F. B. Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química: Teoria, Métodos e Aplicações. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ). UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR.