Autores

Santos, N.S. (UFMS) ; Correia, D. (UFMS)

Resumo

O ensino de funções inorgânicas em Química é desafiador pois precisa urgentemente romper a barreira do ensino diretivo, tornar a aprendizagem de funções inorgânicas mais atrativa para os discentes. O objetivo da pesquisa é investigar a produção de artigos em revistas eletrônicas que possuam, dentro do ensino de química, a temática rochas e minerais. Para tanto, a revisão de bibliografia apresentada foi construída sobre revistas brasileiras, com escopo voltado para o ensino de química. Procurou-se por artigos que apresentavam, em seu resumo, título ou palavras-chave, palavras específicas da temática. O resultado desta busca foram poucos artigos encontrados, o que reforça a inquietação de que a área de ensino de rochas e minerais, possui potencialidade para gerar bons materiais didáticos.

Palavras chaves

Ensino de química; Funções inorgânicas; Rochas e minerais

Introdução

Atividades industriais ou agrícolas, seja no ramo da metalurgia, da indústria química, construção civil ou cultivo de terra utiliza minerais e seus derivados. Materiais como fertilizantes, cimento, cerâmica, vidro, são todos produzidos a partir de matérias-primas minerais. Com o atual crescimento da população mundial, a procura por produtos produzidos a partir de minerais cresce com o interesse em atender às crescentes necessidades (LUZ; LINS, 2008). A pesquisa justifica-se por apresentar a urgência em desenvolver materiais para o ensino de funções inorgânicas. A abordagem desse conteúdo pelo professor em sala de aula é pautada no ensino de regras de nomenclatura. Essa forma de ensino é predominante do modelo tradicional de educação, de modo que o professor é o centro da sala, possuindo todo o conhecimento que os discentes necessitam saber (MORAN, 2008). Uma das competências específicas apresentadas nos documentos de educação (BASE Nacional Comum Curricular) apresenta a importância da aplicação dos objetos de conhecimento nos ambientes socioculturais e socioeconômicos: analisar fenômenos e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global (BRASIL, 2018). Essa competência tem potencial para gerar uma discussão sobre a temática minerais e o impacto da extração excessiva de minérios do planeta, impacto esse apresentado em relatórios pela FIOCRUZ e seus parceiros demonstrando o risco ambiental dessa extração. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar resultados de uma pesquisa bibliográfica, realizada em revistas com escopo voltado para o ensino de química.

Material e métodos

Diante do problema de pesquisa apresentado, as metodologias ativas são uma alternativa de modificar o ensino diretivo do objeto de conhecimento: funções inorgânicas. Para isso, a revisão de literatura apresentada procurou revisar artigos e livros que contribuem para auxiliar na solução, total ou parcial, do problema de pesquisa apresentado. Dentre os livros que embasam a proposta metodológica, estão “Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem” (BERGMAN, SAMS, 2019), “Ensino híbrido: Personalização e tecnologia da educação” (BACICH, NETO, TREVISANI, 2015), e “Ensino Híbrido: uma inovação disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos” (CHRISTENSEN, HORN, STAKER, 2013). Uma resenha sobre cada uma das referências citadas será descrita a seguir. Dentre os artigos revisados, levantou-se uma revisão em periódicos de revistas brasileiras online com qualis A1 e A2, na área de ensino de química, publicados nos últimos dez anos. Os critérios de pesquisa para os artigos foram a busca das palavras-chave: metodologia ativa; ensino de química; rochas e minerais. As palavras foram pesquisadas tanto no título, resumo e palavras-chave do artigo para o levantamento. Esses dois trabalhos apresentados estão sendo utilizados para justificar a importância da temática desta pesquisa, haja vista que não há muitos trabalhos produzidos na área de ensino de química, usando metodologias ativas com temática em rochas e minerais. O instrumento de análise usado para avaliar os itens produzidos tanto nos livros quanto nos artigos, foi a resenha crítica dos materiais levantados na pesquisa bibliográfica.

Resultado e discussão

Para a palavra-chave “ensino de química” encontrou-se 216 artigos, dos quais todos foram analisados pelo resumo, apenas um deles possuía foco no ensino de conceitos relacionados a rochas e minerais. Para a palavra-chave “metodologia ativa” foram encontrados um total de 10 artigos, dos quais todos foram analisados pelo resumo, porém nenhum deles com foco no ensino de rochas e minerais. Por fim, com o uso das palavras-chave “rochas e minerais”, encontrou-se um artigo com foco no ensino de rochas e minerais. Esses dois artigos serão descritos a seguir. O artigo “Argila como tema contextualizador e crítico: uma proposta para o ensino de química” (SANDALO, FARIA, OCANHA, 2020) busca informações sobre a contextualização de conteúdos de Química com uso da temática argilas. O objetivo da pesquisa foi promover e estabelecer a compreensão dos conceitos químicos, utilizando diferentes recursos em uma sequência didática. Dentro do artigo foi usado o referencial teórico de Paulo Freire e sua teoria sobre criticidade e contextualização no ensino de ciências. Os instrumentos de coleta de registros foram questionários não estruturados, entrevistas e diário de bordo que, posteriormente, foi transcrito na forma de relatório pelo pesquisador. O artigo “GeoIlhas: o desenvolvimento de um modelo de MOOC voltado para a formação de professores de ciências na educação básica” (WERLANG, PINO, 2018) traz como objetivo o processo de planejamento, produção, implementação e avaliação do MOOC GeoIlhas na formação de professores de ciências. Os referenciais teóricos usados fora Siemens e Downes sobre conectivismo e Fuorez sobre ilha interdisciplinar de racionalidade. Para coleta de informações foi construído e analisado um questionário com 47 afirmações com cinco medidas em uma escala Likert.

Conclusões

Diante da pesquisa realizada nas revistas citadas, o trabalho procurou atingir o objetivo de apresentar resultados da pesquisa bibliográfica feita em revistas com escopo voltado para química. Pode-se concluir que poucos trabalhos são realizados com a temática rochas e minerais no ensino de química, levando em consideração que existem poucas revistas de qualis A1 e A2 na área de ensino. Devido aos poucos trabalhos encontrados, seria encorajador a produção de artigos com foco nessa linha de pesquisa, de modo que possam contribuir para a produção de materiais no ensino de química.

Agradecimentos

Agradeço à minha orientadora, que me acompanha desde a graduação. Agradeço a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Referências

BACICH, L. NETO, A. T. TREVISANI, F. M. Ensino híbrido: Personalização e tecnologia da educação. 1. ed. Porto Alegre: Penso Editora Ltda, 2015. 386p.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro, Lisboa: Edições 70, 1977. 229p.
BERGMANN, J. SAMS, A. Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. 1.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019. 104p.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. 596p.
CHRISTENSEN, C. M. HORN, M. B. STAKER, H. Ensino Híbrido: uma inovação disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos. Trad.: Fundação Lemann e Instituto Península. Clayton Christensen Institute, 2013. Disponível em: <https://www.christenseninstitute.org/publications/ensino-hibrido>. Acesso em: mar. 2021.
LUZ, A. B. LINS. F. A. F. Rochas & Minerais Industriais. 2.ed. Rio de Janeiro: CETEC/MCT, 2008. 990p.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 3. ed. Campinas: Papirus, 2008. 174p.
SANDALO, P. FARIA, A. G. V. OCANHA, M. Argila como tema contextualizador e crítico: uma proposta para o ensino de Química. Revista científica multidisciplinar Brilliant Mind, Campo Grande – MS, v. 1, n. 1, p 69 – 84, set. 2020.
WERLANG, R. B. PINO, J. C. D. GeoIlhas: o desenvolvimento de uma modelo de MOOC voltado para a formação continuada de professores de ciências na educação básica. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 11, n. 2, p. 55 – 85, mai./ago. 2018.