Autores

Francisco Marques de Souza, R. (IFAL)

Resumo

A iniciativa de aplicar a Olimpíada de química no alto sertão alagoano, no Instituto Federal de Alagoas-IFAL, município de Piranhas, revelou questionamentos acerca de sua importância e seus impactos entre os alunos da instituição. A Olimpíada que vem sendo realizada desde 2013 com estudantes do Ensino Médio e Técnico aponta para resultados animadores, mostrando que tal competição de conhecimento desempenha um papel motivacional para o professor e incentiva os alunos na busca pelo conhecimento científico.

Palavras chaves

Ensino de Química; Olimpíada; Competição Escolar

Introdução

Atualmente, o nosso modelo de ensino encontra-se voltado para a formação de um cidadão crítico e não apenas para a formação técnica do ensino tradicional, onde o aluno é treinado a resolver problemas [1]. Nesse contexto, a alfabetização cientifica encontra-se num lugar particular, visto que vivemos num mundo conduzido por transformações tecnológicas, no qual as rápidas mudanças e os diversos desafios sociais e ambientais necessitam cada vez mais de indivíduos familiarizados com a linguagem científica [2]. No entanto, a falta de interesse da maioria dos estudantes no ensino de Ciências, em particular da Química, torna o processo de ensino-aprendizagem um desafio, culminando, muitas vezes, numa alfabetização científica de baixa qualidade. Na tentativa de tornar o ensino de Química atrativo, vários projetos motivacionais vêm sendo desenvolvidos e trabalhados nos diversos ambientes de ensino. Um bom exemplo é a Olimpíada de Química, que são competições escolares onde os alunos disputam pelo conhecimento. Neste trabalho serão relatados os resultados obtidos na realização da Olimpíada de Química no Instituto Federal de Alagoas-IFAL, câmpus Piranhas localizado no alto sertão alagoano nos anos de 2013 e 2014.

Material e métodos

A Olimpíada Alagoana de Química é um evento anual integrante do Programa Nacional de Olimpíadas de Química que visa estimular nos estudantes de Ensino Médio o interesse pelo estudo da Química [3]. O evento, a nível estadual, ocorre em duas etapas e visa identificar estudantes talentosos com bom desempenho na seletiva estadual para representar Alagoas nas Olimpíadas Nacionais e Internacionais. Na primeira etapa, etapa seletiva, a competição é divulgada na escola e não há restrição quanto ao número de estudantes e tem por objetivo identificar estudantes com melhor desempenho por aplicação de prova única e não obrigatória. Na segunda etapa, aplicação da prova da Olimpíada Alagoana, dois tipos de provas serão aplicadas: A e B. Modalidade A – para estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Médio ou Técnico Integrado ao Médio. Modalidade B – para estudantes do 3º ano do Ensino Médio e Técnico Integrado ao Médio, além dos estudantes do 4º ano do Técnico Integrado ao Médio. A competição objetiva classificar os melhores vinte e cinco estudantes nas provas de modalidades A e B da segunda etapa. Estes são contemplados com medalhas alusivas ao evento, além de estarem automaticamente classificados para participar das Olimpíadas Brasileira e Norte-Nordeste de Química. Os demais alunos com notas superiores a 5, recebem certificado de menção honrosa. Neste trabalho descreve-se o desempenho dos estudantes do IFAL - câmpus Piranhas na segunda etapa da Olimpíada Alagoana de Química nos eventos de 2013 e 2014.

Resultado e discussão

No ano de 2013, a prova da modalidade A da Olimpíada Alagoana de Química foi aplicada para 10 estudantes do 1° e 2° ano do ensino Médio do IFAL - câmpus Piranhas. Neste ano, quatro estudantes foram contemplados com menção honrosa pela comissão da competição. Estes dados mostram que, na primeira participação do câmpus Piranhas no evento, na amostragem de 10 estudantes, 40% obtiveram colocação de destaque numa competição de nível estadual envolvendo escolas públicas e particulares. No ano de 2014, foram inscritos 10 estudantes para a modalidade A e 3 estudantes na modalidade B. Na modalidade A, dois estudantes obtiveram destaque com obtenção de uma medalha de prata e uma medalha de bronze. Na modalidade B, um estudante obteve menção honrosa. Analisando os resultados, observa-se que 20% dos estudantes que concorreram na modalidade A obtiveram medalhas, enquanto 33% dos que concorreram na modalidade B foram agraciados por menção honrosa.

Conclusões

Através deste trabalho foi possível verificar que a Olimpíada Alagoana de Química tornou-se um evento motivador para alunos no aprendizado dos conceitos básicos de Química e na forma de ver e viver no mundo. Os resultados apresentados do IFAL - câmpus Piranhas, escola localizada no semi-árido do sertão alagoano, por sua particularidade, são animadores e mostram que quando os estudantes são chamados a interagirem eles ampliam sua capacidade de entender, refletir e construir um saber científico que vai além da premiação, tornando-os indivíduos críticos frente aos desafios atuais.

Agradecimentos

Coordenação da Olimpíadas de Química Alagoana

Referências

[1]Demo, P.: Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002.
[2]Zucco, C.: Química Nova, 34, 2011, 733.
[3]http://alagoas.obquimica.org (Acessado em 28/05/2015).