Autores

Silva, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Neves, P.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Mendes, S.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Xavier, N.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

Este trabalho tem por objetivo conhecer a realidade dos professores de química em sala de aula e mostrar que metodologias estão sendo utilizadas na aplicação dos conteúdos na disciplina. Para fazer o levantamento das metodologias utilizou-se um questionário padrão que foi aplicado em 5 escolas públicas da área central da cidade de Macapá-AP. Foi observado que a maioria dos professores utiliza experimentação com materiais alternativos, recursos tecnológicos e aulas expositivas nas aulas de química e os professores ressaltam ainda que a elaboração das metodologias a serem utilizadas no processo de ensino-aprendizagem devem ser elaboradas e atualizadas pelos professores.

Palavras chaves

Metodologia; Ensino de Química; Macapá-AP

Introdução

Segundo Rangel (2005) metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento. A metodologia de ensino é a parte da pedagogia que se ocupa diretamente da organização da aprendizagem dos alunos e do seu controle. As práticas metodológicas no ensino de química não se diferem das demais áreas do conhecimento, contudo, percebe-se que há a necessidade de se aplicarem metodologias diferenciadas, uma vez que esta disciplina não é apenas teórica, mas também experimental. Santos (2010) ressalta que a experimentação no ensino pode ser entendida como uma atividade que permite a articulação entre os fenômenos e as teorias, desta forma, aprender deve ser sempre uma relação constante entre o fazer e o pensar. A disciplina de química é vista por muitos alunos como complexa e de difícil entendimento, com isso o professor tem que planejar suas aulas utilizando metodologias que busquem facilitar a aprendizagem dos discentes, a metodologia que esse profissional irá utilizar será importante no ensino- aprendizagem do aluno, pois não se pode ignorar o conhecimento empírico do mesmo. Tendo em vista o que foi ressaltado este trabalho objetivou conhecer a realidade dos professores da disciplina de química em sala de aula e conhecer as metodologias utilizadas no processo de ensino-aprendizagem.

Material e métodos

A pesquisa desenvolveu-se de forma qualitativa e quantitativa, porém destacar-se uma abordagem qualitativa uma vez que buscou-se conhecer as metodologias e a realidade do professor em sala de aula. A pesquisa teve com público alvo 10 professores da disciplina de química do quadro efetivo e contrato da rede pública de ensino na cidade de Macapá-AP. Utilizou-se como recurso metodológico um questionário contendo 5 questões, que foi entregue aos professores para que pudessem respondê-lo, o questionário indagou as seguintes questões: quais as metodologias utilizadas em sala de aula; tempo de formação; suporte da escola para desenvolvimento das metodologias; quais as estratégias mais adequadas no ensino de química; qual a importância de aulas diferenciadas no processo de ensino- aprendizagem. Após a análise dos questionários, os dados foram organizados e tabulados para as discussões.

Resultado e discussão

Com a tabulação do questionário pode-se obter os seguintes dados, como mostra o gráfico 1. A experimentação com materiais alternativos é umas das metodologia mais utilizada pelos professores em sala de aula, para Giordan (1999) os alunos geralmente atribuem à experimentação a um caráter lúdico, vinculado aos sentidos, o que facilita o processo ensino-aprendizagem da disciplina e a torna mais interessante. 25% dos entrevistados utilizam somente aulas expositivas, devido alegarem que a escola não atividades para complementação das aulas. A utilização de recursos tecnológicos em sala é vista como um grande suporte, visto que 15% dos docentes utilizam este método para dinamizar suas aulas com intuito de fazer a disciplina torna-se menos complexa e mais atrativa, segundo Mercado (2002), uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem acontece quando se consegue integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais. No gráfico 2, tem-se uma divisão nas respostas dos professores quando foram indagados sobre as novas metodologias serem ou não de responsabilidade do professor. 80% dos professores entrevistados acredita que é responsabilidade dos professores o aperfeiçoamento ou elaboração de novas metodologias de ensino, bem como o aperfeiçoamento das já utilizadas, Salvadego & Laburú (2009) também afirmam isso quanto ressaltam que: "cabe ao professor à tarefa de preparar e aplicar adequadamente os experimentos".

GRÁFICO 1

Que metodologia você utiliza em sala de aula?

GRÁFICO 2

É responsabilidade do professor elaborar ou aperfeiçoar metodologias?

Conclusões

Foi observado durante a pesquisa que os docentes tem sua própria concepção quanto à metodologia que deve ser utilizada em sala de aula, alguns utilizam mais tecnologias para alcançar seu público, outros buscam relacionar a teoria à prática, e outros prendem-se no modelo tradicional, utilizando apenas aulas expositivas, seja pela falta de estrutura ou de tempo. Destaca-se ainda que apesar de metodologias diferentes, os professores mostraram-se interessados em conhecer a realidade de seus alunos, valorizando os seus conhecimentos empíricos e utilizando-os em sala de aula.

Agradecimentos

A Universidade do Estado do Amapá e as escolas e aos professores da rede pública da área central de Macapá que dispuseram-se a fornece os dados para o trabalho.

Referências

GIORDAN, M. O. Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, n. 10, p. 43- 49, novembro, 1999.
MERCADO, Luis Paulo Leopoldo. (Org.).Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. Maceió. Edufal, 2002.
RANGEL, Mary. Métodos de Ensino para a Aprendizagem e a Dinamização das Aulas. 2 ed. – São Paulo:Papirus,2005.
SALVADEGO, W. N. C.; LABURÚ, C. E. Uma Análise das relações do saber profissional do professor do Ensino Médio com a Atividade Experimental no Ensino de Química. Química Nova na Escola, v.31, n. 3, p.216-223, agosto 2009.
SANTOS, D. G. dos; A Química do lixo: utilizando a contextualização no ensino de conceitos químicos. In: Encontro Nacional de Ensino de Química. XV. v. 8. Brasília.jul..2010.p.421-442. Disponível em: www.xveneq2010.unb.br/R1170-2.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2015.