Autores

Cunha, J.O.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Cavalcanti, J.W.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Barros, E.E.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Oliveira, P.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Pedrosa, R.E.N.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Araújo, M.C.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Anjos, J.A.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)

Resumo

Os desafios encontrados em lecionar química no ensino básico exigem do professor empenho em desenvolver estratégias didáticas que contribuam para o envolvimento ativo dos alunos na construção do conhecimento. Uma alternativa relevante é o jogo, em razão de despertar mais interesse nos educandos fazendo com que aprendam e se divirtam. Apresentamos o jogo “trilhando a geometria molecular”, que tem por objetivo ser uma ferramenta auxiliar nas aulas de químicas que abordem os conteúdos de geometria e polaridade das moléculas, interações das ligações intermoleculares e eletronegatividade. Buscando a contextualização pela atribuição da relação entre os fenômenos e os conceitos necessários a sua compreensão, das propriedades as aplicações no cotidiano, dos modelos as explicações das propriedades.

Palavras chaves

Contextualização; Aprendizagem significativ; Jogo didático

Introdução

Segundo Borges e Schwars (2005) a utilização de jogos para trabalhar conteúdos escolares pode propiciar um desenvolvimento de habilidades envolvendo o indivíduo em todos os aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais, tendo como objetivo torná-lo mais competente na produção de respostas criativas e eficazes para solucionar problemas. Conforme Soares (2008) os jogos têm-se mostrado uma alternativa relevante para o ensino- aprendizagem, em razão de despertar mais interesse aos educandos fazendo com que eles aprendam e ao mesmo tempo se divirtam. Nesse sentido, trabalhar com atividade lúdica induz o aluno a questionamentos e reflexões que contribuem, significativamente, para o processo de construção de conhecimento. Neste trabalho apresentamos o jogo “Trilhando a geometria molecular” desenvolvido para tratar o conteúdo de geometria molecular enfocando modelos, conceitos e propriedades, fenômenos e mobilizando os alunos a identificarem a polaridade das substâncias a partir das estruturas moleculares, relacionadas aos modelos VSEPR e compreendida a partir de conceitos como eletronegatividade, forças intermoleculares, regra de octeto, ligações químicas, etc. e associando a polaridade ao estado físico, as propriedades físicas e aplicações desses materiais no cotidiano. Além disso, objetiva-se incentivar aos alunos o exercício da colaboração e do respeito que envolvem não só o aspecto cognitivo, mas, sobretudo o aspecto social e emocional. Esse contexto propiciado pelo jogo é potencializado pela interação não só nos grupos, mas também entre os grupos visto que apesar do jogo instigar a competitividade entre os grupos a mediação do professor garante o respeito ao adversário e a naturalidade no ganhar ou perder.

Material e métodos

A atividade lúdica “Trilhando a geometria molecular” foi elaborada com objetivo de desenvolver uma melhor aprendizagem do conteúdo de geometria molecular seguindo seus conceitos, fundamentos e definições, aplicando-os no avançar do jogo ao responder os questionamentos que se exige. A atividade é composta por uma trilha de 33 casas e 60 cartões-perguntas no total. Na trilha existem 6 casas com cada uma 10 cartões-perguntas, 6 casas com atividades-bônus e 6 casas que remetem um ganho ou perda para o jogador. Na medida em que o jogador vai avançando as casas, o nível de dificuldade das perguntas vai aumentando gradativamente, exigindo dos alunos um estudo prévio para participar do jogo e conhecimento do assunto. Para cada pergunta é estimado o tempo de 2 minutos para responder, caso a resposta esteja incorreta o jogador permanece na casa e espera a próxima rodada para responder outro cartão-pergunta. As casas de atividade-bônus têm a seguinte função: o jogador que estiver em uma dessas casas terá que se direcionar a uma bancada, chamada de bancada-química, que contém substâncias e soluções químicas e estruturas moleculares de diferentes geometrias construídas com palitos de dente e bolas de isopor, na qual o jogador irá pegar um envelope contendo a atividade que ele deve cumprir para ganhar o bônus que pode ser tanto para identificar uma substância existente na bancada com característica polar ou apolar, ou caracterizar uma geometria molecular. Ao lado de algumas casas da trilha existem conceitos e definições para auxiliarem os alunos no decorrer do jogo, na qual existem pegadinhas para avançar ou retornar as casas. A organização do jogo fica a critério do professor. Uma opção é dividir os alunos em grupos, tendo a sala de aula como espaço para aplicação da atividade.

Resultado e discussão

Está atividade lúdica, tem a proposta de auxiliar os alunos na construção do conhecimento acerca do conteúdo de geometria molecular ao estimulá-lo ao envolvimento na superação dos desafios, os quais irão requerer a compreensão dos conceitos, modelos e relação desses com as propriedades e aplicações. O esforço espontâneo que é próprio do jogo, faz com que os alunos envolvam aspectos emocionais e de euforia jogando. A exploração do aspecto lúdico, pode se tornar uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no reforço de conteúdos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de competição e cooperação, tornando esse processo transparente, ao ponto que o domínio sobre os objetivos propostos na obra seja assegurado (FIALHO, 2007, p. 16). Pelo seu caráter dinâmico, quando bem planejados e aplicados, os jogos se apresentam independente de sua complexidade, segundo Silveira (1998), como elementos enriquecedores e facilitadores do trabalho em sala de aula. A utilização de atividades lúdicas no ensino da Química é um método didático inovador bastante útil e eficiente para melhor desenvolver o processo de ensino-aprendizagem e uma melhor forma de cativar os alunos e expandir os conhecimentos dos conteúdos de química. Portanto esta proposta de atividade busca ter como resultados alcançar os objetivos educacionais como, a compreensão dos conceitos, compreensão dos procedimentos e a construção do conhecimento através de uma aprendizagem significativa, que a partir desta atividade coletiva faça propiciar interações dialógicas com relacionamentos do conceito à situação do jogo, ou o conceito a um procedimento pertinente buscando-o compreende-lo.

Conclusões

O jogo químico “Trilhando a Geometria Molecular” apresenta elementos favorecedores de uma aprendizagem significativa no ensino de geometria molecular propiciando situações de ensino-aprendizado tais quais: potencializar a interação professor-aluno, aluno-aluno, aluno-conhecimento (a partir das diversidades de contextos explorados no jogo); melhorar o desenvolvimento de habilidades como a compreensão dos conceitos e modelos usados permitindo relacionar a polaridade das moléculas, a geometria dos pares eletrônicos nas moléculas e as interações que determinam o estado físico dos materiais.

Agradecimentos

A Deus, ao professor orientador Dr. José Ayron Lira dos Anjos e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Referências

BORGES, R. M. R.; SCHWARZ, V. O. O Papel dos jogos educativos no processo de qualificação de professores de ciências. In: IV Encontro Ibero-Americano coletivos escolares e redes de professores que fazem investigação na escola, 4. Lajeado. ed. UNIVATES, 2005. Disponível em:<http://www.abq.org.br/simpequi/2014/trabalhos/90/4189-16581.html> . Acesso em: 18 maio 2015.

FIALHO, Neusa Nogueira. Jogos no Ensino de Química e Biologia. Curitiba: IBPEX, 2007. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/293_114.pdf>. Acesso em: 18 maio 2015.

SILVEIRA, R. S; BARONE, D. A. C. Jogos Educativos computadorizados utilizando a abordagem de algoritmos genéticos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Informática. Curso de Pós-Graduação em Ciências da Computação. 1998.

SOARES, Márlon. Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari: Libris, 2008. In: 12º Simpósio Brasileiro de Educação Química - SIMPEQUI, 6 a 8 de agosto., 2014, Fortaleza/CE. Disponível em: <http://www.abq.org.br/simpequi/2014/trab alhos/90/ 4189-16581.html>. Acesso em: 18 maio 2015.