Autores

Moizinho, M.O. (IFMA) ; Marques, G.N. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO) ; Pinheiro, G.H.S. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO)

Resumo

Nas últimas décadas as metodologias do ensino de química passaram por diversas transformações, a fim de se adequar à nova necessidade que surgiam advindas das inúmeras ferramentas disponíveis. Um desses métodos foi a utilização de vídeos, que auxiliam de forma significativa na visualização dos fenômenos químicos. Esse trabalho buscou enfatizar a utilização da produção de vídeos relacionados ao ensino de química para jovens do primeiro ano de escolas públicas e de graduandos que participavam do PIBID-IFMA. A pesquisa consistiu na aplicação de vídeos produzidos com a utilização de práticas de laboratório e a avaliação da metodologia por meio de questionários. Os resultados mostraram a importância dada atualmente para o uso dessas tecnologias audiovisuais, para a contextualização das aulas.

Palavras chaves

Ensino de Química; Vídeo; Aprendizagem

Introdução

O estudo desse tema surgiu da necessidade de conhecer o potencial envolvido na utilização de ferramentas audiovisuais e leva-los para o ambiente escolar, servindo de apoio à prática pedagógica no ensino das mais diversas ciências, nesse caso mais especificamente a Química. De acordo com Pires et al (2010, p.1) as tendências atuais do ensino de química demonstram que é cada vez mais importante a busca de novos métodos de ensino e materiais didáticos que possam auxiliar o professor em sala de aula. Atualmente as tecnologias da informação e comunicação (TIC) vêm sendo alvo de estudos em várias áreas, principalmente nas que envolvem a educação, visto que em todas as fases vida nos deparamos com uma tecnologia. Isso não é diferente com os vídeos, pois de acordo com Moran (2002) o vídeo tem um papel educacional muito importante para a aprendizagem: o de facilitador. Segundo ele, atualmente a linguagem audiovisual tem um forte apelo de dominação dos sentidos e principalmente de prender a atenção além de poder mudar opiniões e modelos de comportamento e transmitir informação. Quando o professor utiliza o vídeo como pratica pedagógica ele colabora com a aprendizagem crítica e contextualizada do aluno, pois segundo Vasconcelos e Leão (2010, p.2) a mudança no método do profissional faz com que o aluno participe de forma mais espontânea e passe a ver as aulas como algo mais atraente. Marcelino-Jr. et al., (2004) amplia a visão sobre a funcionalidade dos recursos audiovisuais por afirmar que essa metodologia traz para sala de aula muito mais do que apenas falar, mais sim a possibilidade de se trabalhar com imagens.

Material e métodos

O desenvolvimento da pesquisa ocorreu em etapas, sendo que na primeira houve o estudo das bibliografias e o conhecimento dos locais onde seriam aplicados a ferramenta didática. Para o levantamento do estudo foi utilizado questionários em grupos diferentes, 1º A professora, 2º Os alunos bolsistas do programa de iniciação a docência – PIBID, das escolas e por último 3° os Alunos. Essa classificação em grupos foi importante, pois o estudo visava entender o modo de ver a utilização da ferramenta vídeos de ambos os grupos de uma mesma forma. Os questionários aplicados levavam os alunos a pensar sobre como o seu professor podia melhorar o andamento das aulas com a utilização de vídeos. Já o professor tinha que destacar em que essa ferramenta poderia auxiliar no processo de ensino aprendizagem do aluno e por fim o graduando do PIBID deveria analisar como esse recurso poderia ajudá-lo na sua formação como futuro professor. Uma das etapas fundamentais foi a escolha do tema reações químicas, e a sua adaptação para prática laboratorial utilizando câmeras de vídeo para que o professor conseguisse contextualizar sua aula sobre reações químicas.

Resultado e discussão

Durantes os dias de aplicação da pesquisa participaram 74 alunos do primeiro ano (27 da escola A e 47 da escola B). A primeira escola a receber o projeto foi o Centro de ensino médio Gonçalves Dias (Escola A). Para atender a um dos requisitos do projeto, que era a utilização do livro didático da própria escola, foram trabalhados assuntos referentes às reações químicas. Desse estudo surgiu o vídeo “Relação das massas nas transformações química” como complemento da aula ministrada pela professora da turma. O vídeo desenvolvido tratava-se de um experimento com béquer, proveta, vinagre e bicarbonato de sódio em que o aluno iria observar e anotar na tabela que eles receberam juntamente com o roteiro, todas as massas específicas requeridas, e depois tinham que analisar qual mudança ocorreu na reação e o porquê. Do total de alunos da escola A, 82% responderam que com o vídeo, eles conseguiram assimilar melhor a aula que a professora havia ministrado e, segundo a professora, o vídeo apresentou um aspecto interdisciplinar e contextualizado, pois ela conseguiu abordar diversos pontos já descritos em aulas passadas tais como volumes e medidas. A segunda escola foi o Centro de Ensino Médio Professora Margarida Pires Leal (Escola B). Nessa escola B 87% dos alunos responderam que a inclusão do vídeo auxiliava e muito no aprendizado e 97% dos entrevistados recorrem a vídeo aulas na internet, caso não tenham compreendido algo durante as aulas na escola. Na visão dos graduando que participam do PIBID-IFMA, nessas escolas a utilização de novos métodos que se contraponham aos desinteresses dos alunos é sempre bem-vindo, dos oito alunos do PIBID que responderam aos questionários, 99% disseram que utilizarão futuramente a ferramenta, pois veem nela pontos importantes para inserir nas aulas.

Conclusões

Nesse estudo verificou-se a importância da inserção de metodologias que auxiliem na compreensão de temas relacionados ao ensino de química, evidenciado pelos resultados obtidos nos questionários e pela aceitação de inovações na sala de aula pelos alunos, principalmente ao uso de recursos que estejam relacionados ao seu cotidiano. A utilização do vídeo em formato de experiência foi muito importante, pois se pode perceber por meio dos atores envolvidos, que a experimentação é fundamental na formação dos alunos e que quando não há laboratórios nas escolas, a utilização do vídeo é fundamental.

Agradecimentos

Instituto Federal do Maranhão - IFMA O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ Grupo de Estudos em Química - GEQ

Referências

D’ANTOLA, A. (Org.). A prática docente na universidade. São Paulo: Editora EPU, 1992.
MARCELINO-Jr.; C. A. C.; BARBOSA, R. M. N.; CAMPOS, A. F.; LEÃO, M. B. C.; CUNHA, H.S.; PAVÃO, A. C. Perfumes e essências: a utilização de um vídeo na abordagem das funções orgânicas. Química Nova na Escola, v. 19, n. 1, p. 15-18, 2004.
MORAN, J. M. Desafios da televisão e do vídeo à escola. 2002. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.htm >. Acesso em: 20 maio 2015.
PIRES, R. O.; ABREU, T. C.; MESSEDER, J. C. Proposta de ensino de química com uma abordagem contextualizada através da história da ciência. Ciência em Tela, v. 3, n. 1, p. 1-10, 2010.
VASCONCELOS, F. C. G. C.; LEÃO, M. B. C. A utilização de programas televisão como recurso didático em aulas de química. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 15, 21 a 24 de julho de 2010. Caderno de resumos. Brasília: 2010.