Autores

Nunes Filho, F.G. (UFCG) ; Fernandes Wanderley, A. (UFCG) ; Sales, L.L.M. (UFCG) ; Figueiredo, J.H.L. (UFPB)

Resumo

Neste trabalho foi elaborado um manual didático pedagógico, com a finalidade de inserir aulas práticas no cotidiano escolar e diagnosticar a percepção de um grupo de alunos do ensino médio a respeito da relação entre o ensino de Química e atividades experimentais. A pesquisa compreendeu 86 alunos da Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras (ESTC), no município de Cajazeiras- PB, no ano letivo de 2013. Em relação a implantação de atividades experimentais, 90% dos alunos declararam maior interesse nas aulas, 80% apontaram maior eficiência na aprendizagem teórica, e 100% dos alunos mostraram-se a favor desta metodologia. Os resultados evidenciaram a necessidade de planejar aulas experimentais e torná-las regulares, sendo perceptível os avanços no processo de uma aprendizagem significativa.

Palavras chaves

atividades experimentais; ensino de Química; estratégias didáticas

Introdução

O ensino de Química nas escolas de ensino médio e fundamental apresenta escassez de aulas experimentais necessárias à socialização do conhecimento nas ciências exatas. Segundo Silva et al.(2014) pesquisas têm demonstrado que o mesmo, salvo exceções, é considerado caótico, pouco frutífero e separado da realidade de professores e alunos. As aulas são expositivas e dão ênfase em modelos regras pré-estabelecidas e conceitos já formados, nas quais os alunos são incentivados a fixar a matéria sem ter conhecimento do uso de tal aprendizado. Neste sentido, aulas práticas representam uma estratégia didática motivadora e importante para a construção dos conceitos, facilitando o aprendizado e a compreensão científica do aluno. No entanto, para isso, é necessário desafiá-los com problemas reais; motivá-los e ajudá-los a superar tais problemas; permitir a cooperação e o trabalho em grupo; avaliar não numa perspectiva de apenas dar uma nota, mas na intenção de criar ações que intervenham na aprendizagem (GUIMARÃES, 2009, apud HOFFMANN, 2001), na perspectiva de formação do cidadão-aluno atuante na sociedade científico-tecnológica, na qual o conhecimento químico representa um instrumento para investigação (AGUIAR, MARIA e MARTINS, 2003). E apesar da infraestrutura limitada da maioria das escolas, vemos a experimentação de baixo custo como uma ótima aliada ao professor, dependendo apenas da criatividade do mesmo. Neste trabalho foi produzido um manual de experimentos elaborado para facilitar a relação teoria-prática no ensino químico e a inserção destas aulas experimentais no cotidiano escolar da Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras, no município de Cajazeiras-PB, com a finalidade de mediar, de forma eficiente, a construção do saber científico.

Material e métodos

O trabalho iniciou-se com um levantamento sobre a segurança de trabalho no laboratório. Em seguida foram analisadas as unidades constantes na ementa dos dois anos iniciais do ensino médio para então planejar os experimentos, que foram relacionados com os conteúdos ministrado em sala, de forma teórica. Com os experimentos selecionados de forma cuidadosa, iniciou-se a fase de testes. Com os experimentos testados e condizentes com os conteúdos de cada série, inicia-se a produção do manual de experimentos. Em concomitância, os experimentos testados e aprovados levando em consideração o tempo de execução e cumprimento dos objetivos almejados, foram aplicados em três turmas do Ensino Médio da Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras, vinculada a Universidade Federal de Campina Grande, campus Cajazeiras-PB. A pesquisa foi realizada com 86 alunos, no Neste material didático os principais conteúdos foram abordados de forma lúdica e interativa. Buscando aplicar o método indutivo, a organização dos roteiros de aula práticas deu-se da seguinte forma: - Aula prática: descrição teórica sobre o assunto abordado na sala. Em seguida, o procedimento cuidadosamente elaborado. - Tarefas pós-laboratório: Observação e o registro de todos os fatos; a análise e a classificação dos fatos; generalização a partir dos fatos; verificação do que foi abordado através do experimento.

Resultado e discussão

Os experimentos foram testados e analisados em relação ao cumprimento de seu objetivo e tempo de execução. Dentre eles, o “teste da chama” foi realizado, no Laboratório de Química da Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza e o resultado foi satisfatório, com duração de 10 minutos, onde foi é possível testificar o “salto quântico” da teoria atômica de Bohr, além de conhecer o princípio das luzes coloridas em fogos de artifícios. No experimento “preparando soluções” a duração foi de 45 minutos, neste, a formação de uma solução supersaturada e demonstração do fenômeno de cristalização foi observado. No mesmo experimento foi introduzido os conceitos de processos exotérmicos e endotérmicos. No experimento “medida do pH”, materiais do dia, como produtos de limpezas e substâncias do dia a dia foram avaliados em relação a sua acidez. À medida e o registro dos dados obtidos durou aproximadamente 10 minutos. Para apresentar experimentalmente a geometria das moléculas foram construídos modelos moleculares usando massinha de modelar e palitos de dentes. Moléculas piramidais, lineares, tetraédricas, octaédricas e outras foram produzidas, o ângulo de ligação foi medido usando um transferidor. O tempo de duração foi de 45 minutos. Após as aulas experimentais, um questionário estruturado foi aplicado como instrumento de pesquisa. Foi registrado que 48% dos alunos participantes da pesquisa, apresentaram interesse pela disciplina de química, conforme gráfico 1, e cerca de 65% afirmaram que houve uma maior compreensão desta ciência após a aula experimental.

Figura 1

Interesse dos alunos pela disciplina de Química.

Conclusões

Em busca de uma nova perspectiva, entende-se que a partir do diagnóstico obtido, o ensino de química nas escolas, deve passar por planejamento que privilegie a atividade prática, levando o aluno a uma reflexão crítica do mundo e o envolvimento deste com os conteúdos ministrados em sala, através de aulas experimentais.

Agradecimentos

À ETSC/UFCG pela possibilidade de realização da pesquisa.

Referências

GUIMARÃES, Cleidson Carneiro. Experimentação no ensino de química: caminho e descaminhos ruma à aprendizagem significativa. Química Nova na Escola. Vol. 31, n° 3, 2009.

MARTINS, A. B.; SANTA MARIA, L.C. e AGUIAR, M. R. M. P. As drogas no ensino de Química. Química Nova na Escola, n. 18, p.18, 2003.

SILVA, Crizelides Machado da; SOUZA, Jaqueline de; SANTOS, Maria Betania Hermenegildo. Enalic, 2014.