Autores

Campos, F.A. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS RIO VERDE-GOIÁS) ; Martins, T.F. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS RIO VERDE-GOIÁS) ; Silva, F.C.B. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS RIO VERDE-GOIÁS) ; Branquinho, A.C. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS RIO VERDE-GOIÁS) ; Nascimento, R.C. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS RIO VERDE-GOIÁS) ; Aguiar, A.C.R. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS RIO VERDE-GO)

Resumo

Atualmente, o ensino de química tradicional utilizado na escola pública se apresenta como um fator desmotivador para o aprendizado por não contextualizar o conhecimento apresentado aos alunos. Dessa forma, se observa uma necessidade de reformular o ensino de química nas escolas, visto que as atividades experimentais são capazes de proporcionar um melhor conhecimento ao aluno. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência da utilização de aulas práticas no processo de ensino aprendizagem, aplicando o conteúdo primeiramente de forma teórica e posteriormente no laboratório. Com o desenvolvimento dessa pesquisa foi possível observar que a utilização das aulas práticas proporcionou maior entendimento de conceitos, além de motivar os alunos para o aprendizado.

Palavras chaves

Aprendizagem; ensino; química

Introdução

No ensino de química percebe-se que muitos alunos não conseguem aprender por não conseguirem associar o conteúdo estudado com seu cotidiano, o que provoca desinteresse pelo tema abordado. Isto indica que a transmissão do conhecimento está sendo feita de forma descontextualizada (NUNES e ADORNI, 2010). O quadro que a escola apresenta em relação ao ensino de química é desanimador. Isso ocorre devido à utilização do ensino tradicional que se apresenta como fator desmotivador para o aprendizado por não contextualizar o conhecimento. Assim, é necessário reformular o ensino de química, visto que atividades experimentais podem motivar os alunos e melhorar o aprendizado. (AMARAL, 1996). As atividades experimentais permitem melhor compreensão de como a química se desenvolve. O aluno presencia a ocorrência das reações e tem uma visão de como a química surgiu (experimentação). Desde os alquimistas, o estudo da química é desenvolvido tentando visualizar diversos processos em laboratório por meio de experimentos e desvendar as bases teóricas que os governavam (AMARAL, 1996). O ensino de química, por ser de difícil compressão, requer o uso de técnicas que possam facilitar seu entendimento como a utilização de jogos, modelos, etc. Estas técnicas possibilitam um aumento da motivação dos alunos e maior facilidade na compreensão dos conteúdos. Segundo Maldaner (2003) pensa-se nas aulas práticas como motivação para aceitar melhor os conteúdos e na relação com a vida diária para torná-los mais interessantes e promover o aprendizado. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência de aulas práticas no processo de ensino aprendizagem de química, aplicando o conteúdo primeiramente de forma teórica e posteriormente com a utilização de aulas práticas em laboratório.

Material e métodos

A avaliação da utilização de aulas experimentais no processo de ensino aprendizagem foi realizada em um colégio da rede pública na cidade de Rio Verde – Goiás. Inicialmente foi ministrada uma aula expositiva sobre o conteúdo estados físicos da matéria, aos alunos do 1º ano do Ensino Médio. Nessa aula foi utilizado como recurso didático apenas o quadro e como apoio o livro didático. Foram utilizados alguns exercícios como método avaliativo para verificar o grau de entendimento dos alunos após a aula expositiva. Posteriormente, os alunos foram encaminhados ao laboratório, onde foram realizados experimentos sobre transições de estado físico. Após a aula prática foi utilizado como método avaliativo à confecção de um relatório onde os alunos descreveram os experimentos realizados, os resultados obtidos e tentaram correlacionar os resultados com os conceitos teóricos. Após a prática foi feita a comparação das respostas dos exercícios teóricos e dos relatórios de aula afim de avaliar o desempenho dos alunos e se houve melhora no processo ensino aprendizagem.

Resultado e discussão

Na aula expositiva foram abordados os conceitos de estados físicos da matéria e observou-se desinteresse dos discentes pelo conteúdo e que muitos deles não conseguiam fazer correlação do assunto com seu cotidiano. Na aula seguinte os alunos foram levados ao laboratório para realizar os experimentos. Os estudantes se dividiram em grupos e receberam o roteiro da prática. Os experimentos eram simples e de fácil realização e foram realizados sob supervisão do professor regente e do estagiário. Nessa aula os discentes puderam observar os estados físicos da matéria e suas mudanças. No laboratório foi possível observar maior interesse e curiosidade dos alunos. Ao fim da aula os alunos prepararam relatórios que foram analisados e se observou que os alunos, após a realização dos experimentos, entenderam os conceitos envolvidos e conseguiram justificar os resultados observados. Comparando as respostas dos exercícios e dos relatórios foi possível observar que, após a prática, os alunos conseguiram entender os conceitos expostos e correlacionar com ações cotidianas. O rendimento dos alunos no relatório foi muito superior ao dos exercícios e os estudantes demonstraram interesse e motivação na aula prática. Assim, pôde-se observar que a utilização da aula prática proporcionou melhora no processo de ensino aprendizagem facilitando o entendimento dos conceitos e promovendo uma correlação com conceitos prévios, o que proporciona o aprendizado significativo descrito por David Ausubel (1982). Dessa forma, foi possível observar que quando os estudantes estão envolvidos em atividades que envolvem reflexão e investigação científica eles desenvolvem melhor sua compreensão conceitual, o que proporciona um melhor aprendizado na área das ciências.

Conclusões

O processo de ensino aprendizagem em química deve ser desenvolvido com correlação entre teoria e prática, sempre tentando promover uma ligação entre os conceitos e a vida cotidiana do aluno. Foi possível observar que a parte experimental estimula o desenvolvimento conceitual e consegue promover uma ligação com conceitos pré-estabelecidos o que ajuda no processo cognitivo. Além disso, conclui-se que os estudantes, quando estão envolvidos em atividades que envolvem reflexão e investigação científica, conseguem compreender melhor os conceitos envolvidos por estarem mais interessados e motivados.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal Goiano e à Capes.

Referências

AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo, 1996.

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.

MALDANER, O. A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 3° edição, 2003.

NUNES, A. S.; Adorni, D. S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.