Autores

Araujo, P.L.S. (UFPE) ; Melo, J.D. (UFPE) ; Silva, A.P.F. (UFPE)

Resumo

A implementação da Educação Ambiental nas escolas do ensino fundamental tem sido um grande desafio para os educadores, embora seja um conteúdo previsto por lei. Diante deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo identificar as principais dificuldades encontradas pelos professores do ensino fundamental em ensinar a disciplina de Educação Ambiental nas escolas de ensino público da cidade de São Caetano/ PE. A investigação foi feita por meio de entrevistas semi-estruturadas e a análise qualitativa mostrou que a maioria dos professores entrevistados são favoráveis ao ensino da educação ambiental, entretanto todos concordam que não estão habilitados a discutir de maneira eficiente os conteúdos previstos para esta disciplina.

Palavras chaves

Educaçao ambiental; formação docente; São Caetano

Introdução

O ensino de ciências, como parte da educação básica, tem como objetivo central a formação da cidadania, o que implica na necessidade de desenvolver no aluno conhecimentos básicos de ciência e tecnologia para que ele possa participar da sociedade tecnológica atual, bem como atitudes e valores sobre as questões ambientais, políticas e éticas relacionadas à ciência e tecnologia. Nessa perspectiva, o ensino de ciências deveria levar o aluno a vivenciar situações que propiciassem o desenvolvimento da capacidade de julgar, avaliar e se posicionar frente às questões sociais que envolvam aqueles aspectos. A inclusão de conteúdos relativos às implicações. (SANTOS e MORTIMER,1999). A educação ambiental tem sido um grande desafio encontrado pelos professores. Muito deste está associado à formação inadequada ou a falta de capacitação dos mesmos. O presente trabalho consiste em uma pesquisa junto aos professores do ensino público do município de São Caetano/PE. Os resultados obtidos demonstraram que na maioria das escolas analisadas não tem um docente com formação específica ou cursos de capacitação para esta disciplina; bem como não há material didático disponível para trabalharem as questões ambientais. Na tentativa de diminuir os prejuízos acadêmicos junto aos alunos, vêm se tentando estabelecer um cronograma de atividades que permitam trabalhar a educação como um tema transversal, o que muitas vezes não tem sido conseguido. Como consequência, tem sido trabalhada apenas a reciclagem junto à comunidade das escolas.

Material e métodos

Foram selecionadas de modo aleatório três escolas da rede pública da cidade de São Caetano/PE e nestas foram entrevistados os professores responsáveis pela disciplina de Educação Ambiental. Foi aplicado um questionário com cinco questões abertas que tratavam das dificuldades do ensino desta disciplina. Após a aplicação dos questionários os mesmos foram analisados, permitindo assim a identificação das principais dificuldades encontradas pelos docentes na ministração desta disciplina.

Resultado e discussão

Após a análise dos questionários ficou claro que as escolas analisadas não dispõem de nenhum planejamento pedagógico para essa disciplina, embora segundo a Lei nº 9.795 de 27 de maio de 1999, a educação ambiental seja um componente essencial e permanente da educação ambiental, devendo por isso estar presente de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Outro fator negativo apresentado pelos professores está no fato de que embora todos os entrevistados tenham formação acadêmica em química ou biologia, nenhum deles recebeu capacitação ou treinamento para trabalhar os temas da educação ambiental. Como consequência, deixa-se de trabalhar questões ambientais que estão previstas na Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999 que define os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade devem construir valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Diante desta realidade e, acreditando nos papéis essencialmente importantes que a educação e a escola têm de sistematizar e socializar o conhecimento, bem como de possibilitar a formação de cidadãos suficientemente informados, conscientes e atuantes, para que as questões ambientais possam ser não apenas discutidas, mas para que se busquem soluções para as mesmas. (LUCATTO e TALAMONI, 2007).

Conclusões

Conclui-se que, o ensino de educação ambiental nas escolas municipais ainda é muito insipiente, visto que não há um planejamento pedagógico adequado, bem como não há capacitação/atualização dos professores que as ministram. Desse modo, fica claro que embora a disciplina seja prevista por Lei, a mesma não está sendo trabalhada de modo adequado junto aos alunos do ensino fundamental.

Agradecimentos

Referências

DOS SANTOS, W.L.P; MONTIMER, E.F – Dimensão social do ensino de química – um estudo exploratório da visão dos professores. (p.1-9) – 1999.
BRASIL. Lei nº 9.795, 27 de abril de 1999. Publicada no Diário Oficial da União em 27 de Abril de 1999. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm.
LUCATTO, L.G; TALAMONI, J.L.B – A construção coletiva interdisciplinar em educação ambiental no ensino médio: A microbacia hidrográfica do Ribeirão dos peixes como tema gerador. Ciência & Educação, v. 13, n. 3, p. 389-398, 2007.