Autores

Assis Jr., P.C. (CESP-UEA/AM SEDUC/AM) ; Miranda Jorge, M.E. (CESP-UEA/AM)

Resumo

O presente trabalho foi desenvolvido para estimular os alunos, e professores, nas aulas de química e despertar o interesse por esta ciência que é tão interessante e importante. As práticas de laboratório são de fundamental importância para confirmar as informações já apresentadas nas aulas teóricas. Neste artigo comprova-se a eficiência das experimentações em Química, de maneira que mostra a interação entres os dois tipos de atividades, isto é, teoria e prática, aplicando o mesmo conteúdo primeiramente de forma teórica e posteriormente no laboratório, caso contrário os conteúdos apresentados não seriam relevantes para a formação do aluno ou iriam contribuir muito pouco no seu desenvolvimento cognitivo.

Palavras chaves

Práticas de Laboratório; Ensino de Química; Aulas Dinâmicas

Introdução

No ensino de química, a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de situações concretas que admitam a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação. Nesse aspecto, o conteúdo a ser abordado serve como resposta às indagações feitas pelos aprendizes durante a interação com o contexto criado. Evidentemente, essa metodologia não deve ser regulada nas aulas com roteiros prontos, em que os alunos recebem um guia para ser seguido com resultados esperados pelo professor, ou simplesmente que o conhecimento seja construído somente pela observação. Ao ensinar química, no ambiente escolar, deve-se também levar em considera¬ção que toda observação não é feita num vazio conceitual, mas a partir de um corpo teórico que orienta a observação. Deve-se orientar o que os aprendizes irão observar. Como por exemplo: na reação entre ácido nítrico e alumínio os alunos irão observar diferentes aspectos dessa transformação, a produção de energia, a liberação de gases ou o “desaparecimento” do alumínio. Quando o experimento é realizado para obter o resultado esperado pelo professor, não existe problemática a ser discutida, ou seja, o aluno não é desafiado a testar suas próprias hipóteses. Ele estará apenas constatando a teoria e desprezando as divergências entre o que ele percebeu e o que acha que o professor espera que o mesmo obtenha. Segundo Izquierdo (1999), a experimentação na escola pode ter diversas funções como a de ilustrar um princípio, desenvolver atividades práticas, testar hipóteses ou como investigação. Constata-se que essa última é a que mais contribui na aprendizagem do aluno.

Material e métodos

A pesquisa de campo foi realizada numa escola da rede pública da cidade de Parintins do estado do Amazonas. Foram observadas as aulas das turmas da 2ª Série do Ensino Médio do turno noturno para detectar as principais dificuldades dos alunos na aprendizagem. A experimentação usada foi reação com liberação de gases utilizando materiais do cotidiano: reação entre bicarbonato de sódio e vinagre (foi colocado vinagre num tubo de ensaio e bicarbonato de sódio numa bexiga, em seguida esta foi colocada no tubo para a ocorrência da reação). Na terceira e última aula prática, objetivamos relacionar a superfície de contato, a temperatura e a concentração de reagente com a teoria de colisão e a partir daí entender como esses fatores alteram a rapidez das reações. Para demonstrar esses fatores foram feitas as seguintes práticas: 1) em dois béqueres com a mesma quantidade de água à temperatura ambiente, foi adicionado um comprimido efervescente em cada, sendo um inteiro e outro pulverizado; 2) em dois béqueres com a mesma quantidade de água, sendo um com água quente e o outro com água gelada, foi adicionado um comprimido efervescente em cada, ambos inteiros; 3) em um béquer foi colocado 50 mililitros de vinagre e em outro, 25 mililitros de vinagre mais 25 mililitros de água, depois foi adicionado a mesma quantidade de bicarbonato de sódio em cada recipiente. Em seguida, foi aplicado um exercício avaliativo para verificar a aprendizagem dos assuntos abordados nas práticas de laboratório. Após o Exercício Avaliativo foi aplicado um questionário aos alunos para verificar a metodologia utilizada, ou seja, como foi a percepção dos estudantes sobre a aprendizagem com aulas práticas.

Resultado e discussão

Uma das maiores preocupações do professor de Química nos dias de hoje é a metodologia que deve ser aplicada nas suas aulas para ter um resultado satisfatório no processo ensino aprendizagem. Nossos alunos da rede pública de Ensino Médio iniciam o estudo de Química na 2ª Série sem a base necessária que deveria ter sido adquirida no 1º Ano deste nível escolar, segundo levantamento feito com professores. A utilização de aulas práticas é uma das principais reivindicações feitas pelos alunos do Ensino Médio. No público pesquisado também não foi diferente. O resultado da avaliação após as aulas teóricas nos mostra uma aprovação de 57,03% (73 respostas certas) e 42,97% (55 respostas erradas). Analisando as respostas do questionário aplicado após o exercício avaliativo, podemos comprovar que 60% dos alunos consideraram as questões fáceis de serem respondidas com as explicações teóricas e 55% afirmam que esta metodologia é suficiente para o aprendizado. O resultado da avaliação após as aulas práticas nos mostra (Figura 1) uma aprovação de 95,31% (122 respostas certas) e 4,69% (6 respostas erradas). Analisando as respostas do questionário aplicado após o exercício avaliativo, podemos comprovar que 95% dos alunos consideraram as questões fáceis de serem respondidas com as explicações práticas e 80% afirmam que esta metodologia é suficiente para o aprendizado. Podemos destacar, dentre algumas das respostas deste questionário, alunos mencionando que as aulas práticas reforçam o conteúdo apresentado nas aulas teóricas, não sendo estratégias pedagógicas que devam ser utilizadas isoladamente. Resultado esperado por qualquer professor é ter seus alunos satisfeitos após suas aulas como podemos observar no final das nossas atividades experimentais (Figura 2).

Figura 1

Resultado do Exercício Avaliativo após as aulas práticas

Figura 2

Alunos e Professores após as práticas de laboratório

Conclusões

Através das pesquisas feitas e dos resultados obtidos, pode-se perceber que a dificuldade dos estudantes do Ensino Médio em compreender conteúdos das Ciências Exatas, principalmente na Química, pode ser superada através de aulas práticas, auxiliando na compreensão dos assuntos abordados e em suas aplicações do cotidiano, já que proporcionam uma estreita relação entre a teoria e a prática. O professor de Química pode desenvolver a experimentação nas suas aulas para que os estudantes consigam observar a relevância do conteúdo estudado e atribuir significado a este.

Agradecimentos

Referências

IZQUIERDO, M.; SANMARTÍ, N. e ESPINET, M. Fundamentación y diseño de las prácticas escolares de ciencias experimentales. Enseñanza de las Ciencias, v. 17, n. 1, p. 45-60, 1999.
MOREIRA, M.A. Aprendizagem significativa. Brasília: Ed. UnB, 1999.
_____. A teoria da aprendizagem significativa e sua implicação em sala de aula. Brasília: Ed. UnB, 2006.
USBERCO, J; SALVADOR, E. Química, volume único. 8ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2011.