Autores

Silva, A.M. (UECE) ; Mendes Filho, T.P. (UECE)

Resumo

O atual ensino de Química, na maioria das vezes, prioriza a transmissão de informações sem qualquer relação com a vida cotidiana do aluno, impossibilitando o entendimento de uma situação-problema. A aula prática, com atividade ludo pedagógica, é uma sugestão de estratégia que pode contribuir para a motivação na aprendizagem. Esse trabalho tem a finalidade de investigar a percepção dos alunos acerca de metodologias de ensino capazes de ampliar o interesse e a motivação destes nas aulas de Química. Com isso foi realizada uma pesquisa, através de um questionário com uma turma do 9° ano (EF) e uma turma do 1° ano (EM), onde se pode constatar desinteresse por Química, onde os próprios alunos também afirmam que metodologias diferenciadas chamam mais a atenção do que a metodologia tradicional.

Palavras chaves

Metodologia; Ensino de Química; Aulas Práticas

Introdução

Considera-se que a experimentação, as aulas em campo e o envolvimento do cotidiano do aluno, sejam algumas ferramentas essenciais para uma metodologia eficaz ao Ensino de Química. A relação teoria e prática devem ser valorizadas durante o processo educacional para que a Química seja assimilada de maneira eficaz e prazerosa. Entende-se, de acordo com Bergamo (2010), que a metodologia é um conjunto de métodos e técnicas ou estratégias de ensino-aprendizagem, que contém em si mesma uma junção política que corresponde aos objetivos que se pretende alcançar. No entanto Masetto (citado em BERGAMO, 2010) nos diz que estratégia e técnica não são a mesma coisa. Este autor nos coloca que a estratégia é um termo mais amplo do que técnica. Assim, “estratégia é uma maneira de se decidir sobre um conjunto de disposições, ou seja, são os meios que o docente utiliza para facilitar a aprendizagem dos estudantes. Técnica são recursos e meios materiais que estão relacionados aos instrumentos utilizados para atingir determinados objetivos”. Aulas diferenciadas e também relacionadas ao cotidiano do aluno fazem com que o mesmo se interesse pelas aulas e que também participe delas, pois, segundo Bergamo (2010), as aulas expositivas tradicionais são muito cansativas, e na maioria das vezes não são acompanhadas com a parte prática, que é o que realmente faz a diferença. Sabe-se que na realidade, isto não acontece, é preciso que todo o conteúdo trabalhado em sala de aula o seja de maneira agradável e venha acompanhado de atividades interessantes e criativas, que desenvolvam as habilidades necessárias para a aprendizagem do aluno. Segundo Gadotti (in FERREIRA et al., 2007) com os avanços tecnológicos e com a crescente modernização de vários outros segmentos, a educação deve também se modernizar.

Material e métodos

As pesquisas foram realizadas em uma escola particular de ensino regular em Fortaleza-CE (Colégio Master – Sede Bezerra de Menezes). Participaram 196 alunos do 9° ano do ensino fundamental e 1° ano do ensino médio. Foi explanado para a direção, supervisão e coordenação da escola, a importância da opinião dos alunos quanto às metodologias de ensino de química aplicadas na escola, visando um melhor aprendizado e incentivando-os a gostarem de estudar esta disciplina. O professor informou para os alunos que durante a resolução dos questionários aplicados, que se fizesse do uso da sinceridade, franqueza e bom senso nas respostas. Como estímulo aos alunos foi informado que as opiniões mais cabíveis para uma melhor metodologia de ensino de Química seriam levadas à direção, bem como para serem aplicadas em todas as sedes. O questionário aplicado foi elaborado com dez questões, o qual permitiu que os alunos do 9° ano do ensino fundamental, e 1° ano do ensino médio, comentassem o propósito da pesquisa e fizessem indagações e sugestões sobre o aprendizado de Química na escola. Durante a resolução do questionário, era perceptível a empolgação dos alunos em expressarem suas reais opiniões, bem como à concentração em responder de maneira sensata. Ao término da resolução, o professor pediu que alguns alunos expressassem sua opinião de acordo com as algumas questões mencionadas na pesquisa. Várias opiniões foram ouvidas, tanto pelo professor quanto pelos alunos. Sendo alguma delas foram debatidas de maneira imediata. A opinião dos alunos foi importante na elaboração desta pesquisa, pois é através da opinião deles que pode-se fazer as observações e conclusões devidas.

Resultado e discussão

Durante a análise do questionário verificou-se que as respostas fornecidas por 67% dos alunos do ensino médio afirmam gostar de estudar Química. Esta dicotomia levou ao questionamento do porque desta diferença entre nossa prática docente e os resultados obtidos na pesquisa. Questionado aos alunos sobre o aprendizado dos conteúdos de Química ministrados em sala, evidencia- se que a maioria dos alunos (63%) considera seu aprendizado como bom. Isso deve a uma boa dinâmica criada em sala de aula, visto que a aula sai do método tradicional e passa a ser mais dinâmica, proporcionando ao aluno uma maior liberdade para fazer indagações sobre o conteúdo que está sendo abordado (fig. 1). A resposta da maioria (65%) não sabia se iriam precisar da química em sua futura profissão, 13% dos alunos afirmaram que sim e 22% deles não souberam responder. Evidencia-se que a falta de relação com a vida cotidiana do aluno com a disciplina os deixam sem resposta sensata quanto a utilização de química numa futura profissão. Na análise da questão sobre o ensino dos professores(as) de Química na escola, 20% consideram que o ensino é excelente, 64% que é bom, 15% que é regular e 1% afirmam ser insatisfatório (fig. 2). As observações realizadas neste questionamento acerca da validade dos fatores que motivam o estudo da química são válidos, pois mostram aspectos da disciplina ou de seu ensino, que agradam aos alunos e estão entre algumas das sugestões fornecidas para a melhoria do ensino da química, que podem ser alcançados na prática.

Fig. 1 - Como você considera seu aprendizado quanto aos conteúdos de Q

Opinião dos alunos sobre a aprendizagem dos conteúdos de Química ministrados em sala

Fig. 2 - Como você julga o ensino dos seus professores(as) de Química

Julgamento dos alunos com relação ao ensino dos seus professores(as) de Química na escola.

Conclusões

Pode-se concluir, após a análise das unidades de significado retiradas dos dados coletados, que para a maioria dos alunos envolvidos na pesquisa, a falta de interesse por parte dos próprios alunos, pode está sim relacionada à metodologia utilizada pelo professor, o que torna a química uma matéria chata e complicada, além de cansativa. Assim, a partir das análises dos questionários dos alunos, pode-se afirmar que uma metodologia diferenciada e voltada para o cotidiano do aluno faz com que os mesmos se interessem mais e as aulas se tornam mais interessantes e motivadoras.

Agradecimentos

1. Colégio Master – Sede Bezerra de Menezes. 2. UECE.

Referências

BERGAMO, M. O uso de metodologias diferenciadas em sala de aula: uma experiência no ensino superior. Disponível em:
http://www.univar.edu.br/revista/downloads/metodologiasdiferenciadas.pdf. Acesso em: 4 jun. 2015.

FERREIRA, D. A. et al. Indisciplina e desinteresse do aluno da rede oficial de ensino: uma abordagem da sociologia da educação. Alunos do curso de História e Geografia que cursaram a disciplina Sociologia da Educação ministrada pela profa. Herminia Helena C. Silva durante o primeiro semestre de 2007.