Autores

Sousa, D.F.S. (UFS) ; Kaminski, R.C.K. (UFS) ; Bellin, I.C. (UFS)

Resumo

O trabalho apresenta a busca de materiais que demonstrem um censo comum entre a química e o tratamento da beleza para contribuir com o desenvolvimento da comunicação pública da ciência na sociedade, no entanto, se faz necessário uma análise da divulgação científica. Foram analisados vídeos relacionados a produtos químicos, que atualmente está voltado ao formaldeído e, inicialmente, ao ácido glioxílico, assim à área da beleza, publicados em redes sociais de fácil acesso (YouTube). Os vídeos foram analisados e posteriormente categorizados. Nos quais a maioria houve a advertência regulamentada pela Anvisa, que muitas vezes não é suficiente para que possa evitar sérios danos pessoal e até ambiental. Pode-se concluir que na área da beleza a divulgação científica não é bem trabalhada.

Palavras chaves

divulgação científica; química e beleza; vídeos

Introdução

A química está presente no nosso cotidiano e o tratamento de beleza é uma área que trabalha bastante com essa ciência desde o shampoo à escova progressiva, sendo a última atualmente bastante discutida devido à utilização do formol, ou seja, ácido formaldeído. No entanto quando se procura saber o porque da proibição, somente comentam de uma forma superficial, ou seja, a química que ocorre onde deveria ser mais bem explicada é nomeada leigamente. As matérias-primas comuns em cosméticos normalmente são inofensivas não prejudiciais para a saúde, com raras restrições, logo suas quantidades deverão ser estritamente controladas. O uso industrial de substâncias químicas está sujeito às regras de órgãos reguladores, no Brasil os cosméticos carecem ser cadastrados na ANVISA (GALEMBECK). As substâncias químicas utilizadas em produtos de beleza muitas vezes são discutidos por médicos, farmacêuticos, químicos e até cabeleireiros em entrevistas, reportagem e vídeos, no entanto não se observar uma explicação química adequada, ou seja, quais são as reações ocorridas entre a química dos produtos com a composição do cabelo. A prática social quanto a educação em ciências vem crescendo bastante em diferentes mídias, favorecendo o rompimento do isolamento da ciência e da vida científica, fazendo com que acha um diálogo entre a ciência e a sociedade. A divulgação científica se faz necessária para atuar no país em um mundo contemporâneo, no entanto, há desafios na comunicação pública da ciências como: a eficácia de um sentido, a atitude de mobilizar as informações úteis no momento adequado e numa lógica de fluxo (MARANDINO). Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi pesquisar documentos, vídeos sobre produtos químicos usados em produtos de beleza, com uso da divulgação científica.

Material e métodos

Para escolha do tipo de abordagem a ser utilizada nesta investigação, levou-se em consideração algumas características que segundo FIGUEIREDO 2007 tanto a pesquisa documental como a pesquisa bibliográfica tem o documento como objeto de investigação. A pesquisa foi realizada com documentos oficiais do governo, artigos científicos e vídeos de reportagens que contém assuntos referente a pesquisa. A pesquisa documental segundo GIL (2002, p.46) apresenta uma série de vantagens. Primeiramente, há que se considerar que os documentos constituem “fonte rica e estável de dados”. Outra vantagem da pesquisa documental está em seu custo. A pesquisa documental não exige contato com os sujeitos da pesquisa. A pesquisa investigou a existência da divulgação científica nos documentos trabalhados. Tendo em vista a categorização dos dados analisados, que se classificam da seguinte forma: 1- Potencialidade: análise de profissionais sobre determinadas substâncias químicas. 2- Informação científica: apresenta os vídeos que divulgue o ensino de química presente nos produtos químicos. 3- Advertência/Conscientização: referente a vídeos que divulguem os limites de substâncias químicas apresentado pela Anvisa. Contudo, existem ainda implicações negativas no processo de ensino aprendizado por vídeos, fazendo-se necessário fazer uma subcategorização, que se classifica da seguinte maneira: 1- Informações coerentes: a existência de coerência entre a pessoa que está divulgando e o assunto. 2- Informações não coerentes: a pessoa não divulga coerentemente o assunto.

Resultado e discussão

Nos vídeos analisados, somente o 11 apresenta meramente Potencialidade, sendo um vídeo de uma entrevista com uma dermatologista que esclarece se é verdade ou mito, sem uma explicação mais científica dos assuntos, fazendo pequenas advertências nas respostas. Nos vídeos 10, 12, 13, e 17 não houve a presença de um profissional na transmissão da matéria, e incluindo o vídeo 6 somente houve a advertência regulamentada pela Anvisa, que muitas vezes não é suficiente para que um indivíduo leigo tenha o devido conhecimento, para que possa evitar sérios danos pessoal e até ambiental. Pela categorização de Informação científica, foram poucos os vídeos (3, 4, 5, 14 e 18) que reportou o assunto de uma forma científica, conseguindo proporcionar o ensino de ciência na ara da beleza. O vídeo 4 com participação de um professor de química não deixou dúvidas que tem como explicar a ara da beleza de forma científica para o entendimento de muitos, até mesmos “leigos”. No vídeo 14 pode-se perceber a divulgação por um leigo (jornalista) de forma científica e coerente. Já no vídeo 5 há divulgação por parte de pessoas da ciências com potencialidades, mas que de certa forma não aparenta coerência com a ciência e sim com a defesa de uma marca ou produto. Dos vídeos categorizados como Advertência/Conscientização 4 (4, 11 ,18 e 19) não tiveram notificações, que aparentam não estarem preocupados com as regulamentação da Anvisa, ou estão somente focados na potencialidade e publicidade. Os dados foram analisados e categorizados na Tabela 1 a seguir:

Tabela 1 - Categorização dos vídeos analisados



Conclusões

O presente estudo constatou que as publicações de vídeos com informações científicas voltadas a beleza são difíceis de encontrar. Principalmente observar subsídios que podem estar presentes na análise como: a saúde e o meio ambiente. Se faz necessários trabalhos com vídeos de fácil acesso que desenvolvesse o ensino de química na área da beleza.

Agradecimentos

Referências

1. SOUZA, N.F.O; NETO, J.L.S. Caracterização do Potencial Poluidor por Salões de Beleza em Palmas-TO. Disponível em < http://www.catolica-to.edu.br/portal/portal/downloads/docs_gestaoambiental/projetos2009-2/4-periodo/Caracterizacao_do_potencial_poluidor_por_saloes_de_beleza_em_palmas-to.pdf> Acesso em: nov. 2015
2. SÁ-SILVA, J.R; ALMEIDA, C.D; GUINDANI, J.F. Pesquisa Documental: Pistas Teóricas e Metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais Ano I - Número I - Julho de 2009.
3. MARANDINO, M. A educação não formal e a divulgação científica: o que pensa quem faz? IV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Disponível em http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ivenpec/Arquivos/Orais/ORAL009.pdf Acessado em: fev. 2015.
4. GALEMBECK, F; CSORDAS.Y. Cosméticos: a química da beleza. Disponível em< http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_cosmeticos.pdf> Acessado em: nov. 2014
5. CHAER,G; DINIZ,R.R.P; RIBEIRO,E.A. A técnica do questionário em pesquisa educacional. Evidência, Araxá, v. 7, n. 7, p. 251-266, 2011.
6. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
7. FIGUEIREDO, N.M.A. Método e metodologia na pesquisa científica. 2a ed. São Caetano do Sul, São Paulo, Yendis Editora, 2007.