Autores

Silva Filho, A.J.M. (UFPE) ; Navarro, D.M.A.F. (UFPE) ; Santana, J.M.A. (UFPE) ; Almeida, L.A. (UFPE) ; Oliveira, M.G. (UFPE) ; Silva, N.N. (UFPE)

Resumo

O desafio de cursar uma licenciatura está na falta de perspectiva profissional. A formação de um bom profissional necessita de motivação e ensino de boa qualidade que estimule a aprendizagem do aluno. Baseando-se na importância de possibilitar o reconhecimento de informações sobre alunos do curso de Licenciatura em Química da UFPE foi aplicado um questionário a alunos,matriculados no curso no período de 2015.1,objetivando investigar se há interesse dos alunos em atuar como docente da educação básica e qual o motivo que os levou a ingressar no curso. Os resultados mostram que 54% dos entrevistados tem interesse em lecionar na educação básica enquanto 11% não demonstraram interesse nenhum em lecionar, 29% tem interesse em lecionar em nível técnico/superior e 6% indecisos quanto a profissão.

Palavras chaves

Formação; Ensino Superior; Licenciatura em Química

Introdução

A formação de um bom profissional necessita de ensino de boa qualidade que provoque aprendizagem. Uma aprendizagem significativa é mais do que uma recompensa, é fundamental na edificação de etapas contínuas de motivação e aprendizagem, onde os alunos devem ser motivados a aprenderem cada vez mais (CURTIS et al 1986). O desafio de cursar uma licenciatura está na falta de perspectiva profissional de muitos estudantes, pois os baixos salários e más condições de trabalho nas escolas de ensino básico e a desvalorização por parte dos gestores do país (VIANNA et al 1996). Nesse sentido, para superar esses desafios, é preciso que os estudantes das licenciaturas estejam motivados, capacitados e tenha, sobretudo, vontade de atuar como docente. O surgimento dos primeiros cursos de Licenciatura em Química no Brasil sucedeu-se na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (atual USP). O curso foi formado com a intenção de criar um novo foco no ensino universitário ligado à pesquisa. O curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal de Pernambuco é oferecido no período noturno. Historicamente a Licenciatura era oferecida juntamente com o Bacharelado diurnamente. No entanto, tratava-se de um curso pouco moderno baseado simplesmente na extensão do conteúdo do Bacharelado para disciplinas pedagógicas. A baixa demanda do curso motivou a completa reestruturação do mesmo (em 1994), resultando no atual currículo especificamente voltado para um curso destinado a formar professores de Química para as escolas de nível fundamental e médio, com alta qualificação. O objetivo desse trabalho foi levantar um perfil dos alunos do curso de Licenciatura em Química da UFPE, matriculados no semestre de 2015.1, buscando avaliar o perfil dos estudantes.

Material e métodos

A fim de coletar informações sobre o número total de alunos matriculados e ativos no curso de Licenciatura em Química na UFPE, foram obtidos dados juntos a secretaria do curso e informações sobre o curso com professores do departamento. Foi aplicado um questionário, contendo cinco perguntas, a alunos matriculados no curso de licenciatura em química, com o intuito de averiguar os motivos de ter ingressado no devido curso. Em seguida, foi elaborado e aplicado com os alunos do curso de Licenciatura em Química um questionário com perguntas relativas à formação inicial dos estudantes, abordando aspectos qualitativos e quantitativos referentes à situação do aluno, de forma a relacioná-las posteriormente com o seu desempenho durante o curso, também como os motivos de ter ingressado no devido curso. A pesquisa foi realizada com todos os alunos matriculados regularmente no semestre de 2015.1 na modalidade noturna, tendo como critério de exclusão os alunos que estiverem com suas matrículas trancadas. Foram aplicadas questões no formato objetivo a uma amostra total de 48 alunos. A partir dos dados coletados foram feitas gráficos comparativas em função das alternativas escolhidas entre os alunos sobre as questões abordadas, de forma a nos auxiliar no estabelecimento do perfil dos estudantes de Licenciatura em Química.

Resultado e discussão

O questionário aplicado aos alunos de Licenciatura em Química possuía 5 questões, que levaram em consideração a idade, se possuía algum tipo de trabalho, motivo de entrada no curso e se pretendia lecionar quando concluísse o curso. A partir deste questionário foi possível traçar o perfil dos alunos e elaborar os resultados em gráficos para comparar as respostas dos estudantes, ajudando a nos revelar o perfil dos mesmos em relação a cada pergunta feita. Observou-se que 77% dos alunos do curso se encontram em idade regular entre os 18 e 25 anos (Figura1), e muitos estão desblocados, ou seja, sem período certo devido a reprovações. Quanto ao motivo pela escolha no curso: 25% revelaram dos entrevistados optaram pelo curso por não conseguir entrar em outro curso, 47% por ter feito algum curso na área ou já trabalhar em áreas afins e 28% foram influenciados pelos seus professores de química do ensino médio. Historicamente o curso de Química da UFPE é considerado difícil, alto índice de evasão, por exigir conhecimento das ciências, como a química, a matemática e a física. Nos últimos tempos, têm surgido iniciativas no sentido de reverter esta imagem, por exemplo, a iniciativa governamental do Projeto de Iniciação a Docência (PIBID) que favorece a permanência do discente na universidade, o que evita a evasão e estimula o exercício da docência e melhoria no processo de formação dos futuros professores. Qual a meta profissional dos Licenciandos em Química UFPE? Chama a atenção que 54% dos alunos desejam lecionar no nível básico (Figura 2), enquanto 11% não demonstraram interesse nenhum em lecionar, 29% tem interesse em lecionar em nível técnico/superior e 6% indecisos quanto a exercer a profissão de professor.

FIGURA 1

Gráfico da faixa etária

FIGURA 2

Gráfico do interesse em lecionar

Conclusões

Constatou-se que a maioria dos entrevistados (54%) tem a intenção de lecionar, enquanto 11% optou por não lecionar. Esta falta de interesse instiga uma investigação aprofundada em relação as possíveis causas desta problemática. Os dados mostraram que quanto maior o tempo de permanência no curso, mais decidido o aluno está sob a docência. Pretende-se averiguar ainda os pontos que norteiam a opção por fazer licenciatura, mas querer lecionar. Além disso, pretendemos expandir o estudo para os anos de 2005 a 2014.

Agradecimentos

À UFPE e aos alunos.

Referências

CURTIS, M. D.; SHIU, K.; BUTLER, W. M. e HUFFMANN, J. C. J. Am. Chem. Soc. 1986, 108, 3335.

VIANNA, J. F.; AYDOS, M. C. R.; SIQUEIRA, O. S. Curso Noturno de Licenciatura em Química - Uma Década de Experiência na UFMS. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v20n2/4937>. Acesso em 09 Jun. 2015.