Autores

Arend, K. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI) ; Braga, O.C. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI) ; Crosatti, V.Q. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI) ; Holderbaum, E. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI) ; Reis, P.A. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI) ; Sttffen, C. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI) ; Vieira, J.M. (IFC - CÂMPUS ARAQUARI)

Resumo

A distância entre as expectativas na educação científica, e a repercussão social, fundamentada continuamente na apresentação de conhecimentos já elaborados, acarreta uma crescente recusa dos alunos para a aprendizagem das ciências. Assim, este estudo, proposto por acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química, objetivou desenvolver uma oficina de experimentação, alicerçado em produções cinematográficas como um meio pedagógico facilitador de aprendizagem, e como auxiliar do processo de instigar a percepção e a reflexão dos alunos, sobre as ciências. Duas produções cinematográficas foram usadas como ponto de partida para as discussões de conceitos pré-definidos. Sobre a prática pedagógica, os futuros docentes puderam perceber com mais acuidade a importância do uso de atividades experimentais no processo de ensino e aprendizagem.

Palavras chaves

Pibid; Experiência Pedagógica; Química

Introdução

A ciência pode ser considerada como, “Uma linguagem construída pelos Homens e mulheres para explicar o nosso mundo natural”, (CHASSOT, 2014. p. 30) e a educação científica, como uma necessidade de desenvolvimento social e pessoal. As expectativas postas quanto à contribuição das ciências no aspecto de suprir a necessidade de formação do cidadão consciente, preocupado socialmente e com o meio ambiente não têm sido cumpridas, reduzindo-se basicamente à apresentação de conhecimentos já elaborados, trazendo uma crescente recusa dos alunos para a aprendizagem das ciências (CACHAPUZ, 2011). A distância entre as expectativas na educação científica, e a repercussão social, orienta a atenção para o modo como está sendo conduzida a educação científica nas salas de aula, pois, a ciência requer uma linguagem própria, acerca de seus códigos, teorias, leis, e princípios científicos (CHASSOT, 2014). Existe a necessidade de busca de metodologias de aproximação, de uma proposta investigativa, que proporcione ao professor a oportunidade de fazer com que os estudantes entendam e expliquem seu ponto de vista. Com isso, este trabalho teve como objetivo utilizar um recurso pedagógico facilitador da aprendizagem, e que auxiliasse no processo de instigar a percepção e a reflexão dos alunos. O recurso pensado para este fim foi à aplicação de oficinas de experimentação onde operamos com produções cinematográficas. Desde o seu surgimento o cinema tem trazido temas que envolvem situações da vida que instigam a imaginação, podendo, assim ser conectados a várias áreas científicas (VIANA, 2010). Assim utilizar-se de produções cinematográficas e retirar delas reflexões a respeito dos estudos da química para instigar a percepção dos alunos pode ser significativo.

Material e métodos

Foram escolhidas para este trabalho, duas produções cinematográficas: o filme A lenda do tesouro Perdido (2004), com Nicolas Cage, e o episódio 21 da série CSI Miami 3, que são ricas em cenas que podem ser relacionados a conteúdos trabalhados no primeiro e segundo anos do ensino médio tais como: substâncias químicas, estruturas atômicas, reações químicas, interações intermoleculares, funções inorgânicas, espectros eletromagnéticos, processos de oxirredução, equilíbrio químico, cinética química entre outros. Sendo assim estas produções cinematográficas podem ser consideradas adequadas, para a articulação com conteúdos propostos pela disciplina de química. A oficina foi realizada por cinco acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal Catarinense (IFC) – Câmpus Araquari, e bolsistas do Pibid. Os agentes envolvidos foram 64 alunos do ensino médio e deste total, 25 alunos compõem uma turma de ensino técnico em química integrado ao primeiro ano do ensino médio; 39 alunos do ensino técnico em agropecuária integrado ao segundo ano do ensino médio. O trabalho foi desenvolvido no segundo semestre do ano de 2014 e as atividades foram realizadas no contra turno, cada turma em um dia. O processo de produção do trabalho envolveu as seguintes etapas: Preparação, aplicação e avaliação dos resultados. Foram realizados cinco experimentos, baseados nas produções cinematográficas escolhidas. Cada experimentos foi de responsabilidade de um dos integrantes do grupo, para ser testado, e adaptado a proposta de trabalho. Para então ser socializado com os demais, e posteriormente aplicado com os alunos.

Resultado e discussão

No processo de aplicação das oficinas, foram feitas observações, nas quais percebemos que os alunos mostraram interesse em cada faze das oficinas, sempre participativos e críticos, (Figura 1). Ao questiona-los sobre a relação das oficinas com os conteúdos estudados em sala de aula, 62% dos alunos responderam que conseguiram perceber tais relações; 31% dos alunos tiveram esta percepção em alguns momentos e 7% não conseguiram percebê-las. O gráfico 1 explicita as relações feitas pelos alunos. Entende-se então que durante a realização das oficinas é possível discutir dificuldades relacionadas às aprendizagens anteriores e esclarecer dúvidas. No que diz respeito ao nível de interesse, sobre a química no ensino médio antes das oficinas, 26% dos alunos se mostraram imparciais em suas respostas, uma vez que em suas avaliações, em uma escala de zero a dez, de nível de interesse eles marcaram cinco. Após o desenvolvimento das oficinas desfez-se o equilíbrio considerando que nesta mesma escala 14,9% dos alunos, marcaram números abaixo de cinco e 59,1% se dividiram entre, seis, sete, oito e nove. Os dados revelam que a imparcialidade dos alunos em relação disciplina de química antes das oficinas, pode ser superada, na medida em que se elabore uma proposta que aproxime os conteúdos científicos de química a realidade do aluno, tornando assim estes conteúdos significativos na vivência cotidiana. Neste aspecto trabalhar com produções cinematográficas como um recurso que permite desvendar os mistérios da química estimula a compreensão dos conteúdos trabalhados em sala elevando assim, o interesse dos alunos na aprendizagem do ensino de química e também contribuindo para formação do raciocínio crítico não somente em relação aos conteúdos, mas igualmente na vida cotidiana.

Figura 1

Oficinas realizadas com alunos.

Gráfico 1

Percepção dos alunos: conteúdos estudados em sala X Oficinas.

Conclusões

Quando se trata de ensinar e aprender, o processo é tão importante quanto o produto; em outras palavras, o processo de aprendizagem, é tão importante quanto à aquisição de conceitos. Os alunos sentem uma necessidade de aproximação dos conteúdos dados em sala de aula, com o cotidiano, e também de contextualização. Assim fazer com que os alunos se interessem pelos conhecimentos científicos, instigar e elevar o interesse e ajuda-los a se tornarem mais críticos exigem estratégias e métodos com articulação de conteúdos. Utilizar produções cinematográficas pode auxiliar o professor neste processo, já que os estudantes mostraram-se durante toda a oficina interessados, participativos e críticos.

Agradecimentos

À CAPES-PIBID e Instituto Federal Catarinense – Câmpus Araquari.

Referências

CACHAPUZ, Antonio, et al,(organizadores). A Necessária renovação do ensino de ciências. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

CHASSOT, Attico. Educação com ciência. 2.ed. Santa Cruz do Sul: Editora Edunisc, 2014.

CHASSOT, Attico. Para que(m) é útil o Ensino. 3.ed. Ijuí. Ed. Unijuí, 2014.

VIANA, M. C. V., O Cinema na Sala de Aula e a Formação de Professores de Matemática. Mini-curso oferecido aos alunos do Curso de Matemática na UFRRJ. Dia de Atividades Acadêmico-Científico-Culturais.18 de maio de 2010. Seropédica- RJ.