Autores

Fernandes, L. (UNIVASF) ; Spinelli, Y. (UNIVASF) ; Trindade, K. (UNIVASF) ; Costa, C. (UNIVASF) ; Santos, (UNIVASF) ; Assis, E. (UNIVASF) ; Guerra, J. (UNIVASF)

Resumo

Este estudo consiste em uma pesquisa qualitativa com objetivo de investigar as principais características dos jogos didáticos de celular relacionados ao ensino de Química. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa na Play Store, e foram obtidos os seguintes resultados: (i)- a maioria dos jogos são do tipo Quiz; (ii)- A maior parte dos jogos abordam conteúdos de Química Geral e Química Orgânica; (iii)- Os jogos, geralmente foram desenvolvidos por criadores e empresas internacionais; (iv)- A avaliação dos jogos pelos usuários constatou que a qualidade dos aplicativos é mediana. A partir das caraterísticas observadas foram propostas sugestões para que esse tipo de jogo seja melhorado e contribuir, cada vez mais, para a compreensão dos conceitos científicos relacionados à Química.

Palavras chaves

jogo; didático; química

Introdução

A utilização de jogos didáticos no ensino de Química apresenta vantagens que podem ser exploradas pelos professores para auxiliar na compreensão dos conteúdos químicos. Segundo Cunha (2012), a partir da utilização de jogos didáticos em sala de aula é possível obter os seguintes resultados: maior velocidade na aprendizagem de conceitos, aquisição de habilidades e competências, motivação para o trabaho, socialização em grupo, entre outros. De acordo com Soares et al, (2012) a utilização de um jogo em sala de aula não deve estar resumida apenas à aplicação com o objetivo de melhorar a relação entre o professor e os alunos e tornar a aula mais dinâmica, pois o jogo didático pode ir além, sendo considerado um objeto de estudo em relação aos seus impactos, vantagens e desvantagens de sua utilização, bem como seu potencial avaliativo. Os jogos didáticos virtuais desenvolvidos para aparelhos de celular do tipo smartphone tem se tornado uma realidade na área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). No que se refere ao ensino de Química, muitos aplicativos de celular voltados para o ensino foram desenvolvidos por criadores e empresas nacionais e internacionais, visando avaliar esses jogos, este estudo possui como questão de pesquisa: quais as principais características dos jogos didáticos de celular relacionados ao ensino de Química? Buscando responder a essa pergunta, este estudo possui os objetivos descritos a seguir: (i)- Analisar os jogos didáticos referentes ao ensino de Química; (ii)- Identificar as principais características dos jogos didáticos de celular relacionados ao ensino de Química; (iii)- Sugerir propostas para melhoria dos jogos didáticos de celular relativos ao ensino de Química.

Material e métodos

Este estudo possui natureza qualitativa e os dados serão analisados de forma descritiva e interpretativa (LUDKE e ANDRÉ, 1986). Buscou-se analisar os jogos didáticos de celular relativos ao ensino de Química. Dessa forma, foram realizadas pesquisas a partir de palavras-chave na plataforma de aplicativos Play Store, uma das mais utilizadas em celulares do tipo smartphones no Brasil. Foram analisados apenas jogos gratuitos em língua portuguesa. As palavras-chave utilizadas foram: química; jogo de química; química orgânica; elementos químicos; tabela periódica. Os critérios de análise dos jogos identificados foram: nome, criador, conteúdo (temas relativos às grandes áreas da Química: Geral, Orgânica e Físico-Química), avaliação (avaliação dos usuários dos jogos a partir do sistema de estrelas de 1 a 5) e tipo de jogo (quiz, forca, batalha, montagem, etc.). Também foi analisado se os jogos precisavam de internet para serem utilizados e se havia algum tipo de interação entre os jogadores em rede ou se jogos poderiam ser utilizados em grupo.

Resultado e discussão

Ao total foram identificados e analisados 15 (quinze) jogos específicos para o ensino de Química. A partir dos dados analisados foi possível identificar algumas características dos jogos didáticos relacionados ao ensino de Química: • Possuem, em geral, um único conteúdo químico; • A maioria foram desenvolvidos por criadores e empresas internacionais; • Possuem avaliação mediana por parte dos usuários (em média 3 estrelas numa escala de 1 a 5); • A maioria são do tipo Quiz, perguntas e respostas; • São jogados de forma individual, sem conexão em rede com outros usuários; • Não precisam de internet para sua utilização. Levando em consideração essas características pode-se sugerir algumas propostas de melhoria nos jogos didáticos de Química que podem ser incorporadas aos aplicativos já desenvolvidos (a partir de atualizações) e aos jogos que ainda serão desenvolvidos: • Diversidade nos conteúdos químicos; • Diferentes tipos de tarefas no jogo; • Interatividade entre os jogadores em rede; • Desenvolvimento de jogos interdisciplinares. Os jogos didáticos de celular relacionados ao ensino de Química analisados neste estudo, correspondem a uma pequena parte do universo dos aplicativos de celular com fins didáticos. Partindo de outros procedimentos metodológicos e outros critérios de análise, mais informações importantes sobre esse tipo de jogo poderão ser identificadas e utilizadas de forma efetiva para aperfeiçoar esses aplicativos e contribuir para a utilização deles em sala de aula.

Conclusões

O estudo realizado buscou avaliar os jogos didáticos de Química de celular e apontar suas principais características. Além disso, sugestões de melhoria dos jogos foram propostas. É importante que que a qualidade dos jogos didáticos seja elevada, agradando e conquistando novos usuários e que esses recursos sejam, cada vez mais, incorporados no ensino de Química, auxiliando a compreensão dos estudantes em relação aos conteúdos químicos.

Agradecimentos

Esse trabalho é financiado pela CAPES através do Projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência).

Referências

CUNHA, M. B. Jogos no ensino de Química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula, Química Nova na Escola. no 34, 92-98, 2012.
SOARES, M. H. F. B.; MESQUITA, N. A. S.; BENITE, A. M C.; ECHEVERRÍA, A. R. A formação de professores de Química pela pesquisa: algumas ações da área de ensino de Química do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás, Espaço Plural. no 26, 70-87, 2012.
LUDKE,M.; ANDRÉ, M. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.