Autores

Silva, A.K.J. (IFMS) ; Torres, K.A. (IFMS) ; Oliveira, J.R. (IFMS) ; Santos, T.M.N. (IFMS) ; Oliveira, H.R. (IFMS)

Resumo

O presente trabalho foi proposto e desenvolvido por estudantes de curso de Licenciatura em Química do IFMS câmpus-Coxim, tendo como objetivo contribuir para o processo de ensino e aprendizagem na disciplina de química. Foi aplicado aos estudantes do ensino médio um jogo didático intitulado como Baralho das Funções Inorgânicas que aborda conceitos de nomenclatura, fórmulas e aplicações de ácidos, bases, sais e óxidos. Através dos resultados obtidos e analisados foi possível perceber que o jogo didático pode ser utilizado como uma ferramenta auxiliadora e também lúdica, pois além de proporcionar aos estudantes uma forma diferente de fixação do conteúdo o mesmo promove aos participantes trabalhar com suas habilidades intelectuais e sociais.

Palavras chaves

Jogo Didático; Ensino; Química

Introdução

As questões que envolvem o processo de ensino e aprendizagem têm sido tema de diversos trabalhos, que vêm evidenciando as dificuldades encontradas por educadores de todas as áreas, e que muitas das mesmas são resultantes do método de ensino tradicionalista. Para transformar tal realidade é necessário que ocorra uma mudança na maneira de lecionar, o educador precisa estar em constante análise sobre sua prática (GIL-PEREZ e CARVALHO, 1998). O ensino não pode ser mais centrado no conhecimento e tem de ser orientado pela construção de competências e habilidades, ou seja, o educador para de somente transmitir e passa a ser um estimulador, saindo assim do modo estático e antigo de ensinar (BRASIL, 1999). Para auxiliar esse processo podem ser utilizadas diversas ferramentas, entre elas pode-se destacar os jogos didáticos, que possuem potencial para contribuir para o desenvolvimento intelectual, além estimular diversas outras capacidades do individuo (PIAGET, 1975). O grande diferencial do jogo didático é que além do fato de utilizarem os elementos comuns dos jogos, também abordam os conceitos e conteúdos de uma certa área do conhecimento (CUNHA, 2012). A partir da importância do uso de jogos no ensino, foi proposto e desenvolvido, pelos estudantes e bolsistas do PIBID do IFMS Campus Coxim um jogo didático intitulado Baralho das Funções Inorgânicas, que visa auxiliar o processo ensino-aprendizagem em química, associando o conteúdo de funções inorgânicas (ácidos, bases, sais e óxidos) com as suas aplicações. O objetivo deste trabalho é apresentar um método de auxílio e motivação na aprendizagem dos estudantes do ensino médio, especificamente na disciplina de química, utilizando o Baralho das Funções Inorgânicas como instrumento.

Material e métodos

O conteúdo selecionado para confecção dos jogos foi Funções Inorgânicas, a ideia inicial era desenvolver um jogo que pudesse ser trabalhado com todas as séries do ensino médio, assim seria preciso um conteúdo ministrado no primeiro ano. A partir do conteúdo, foram desenvolvidas 112 cartas, adaptadas de um baralho tradicional, das quais são compostas por três naipes, sendo eles nomenclaturas, fórmulas e aplicações, e mais um naipe extra: o coringa, sendo que cada função tem um coringa específico. Os naipes são divididos em quatro conjuntos, relacionado com as funções de ácidos, bases, sais e óxidos. O Baralho das Funções Inorgânicas tem suas regras embasadas e adaptadas de um tradicional jogo de cartas chamado trinca ou pife, onde o objetivo é formar três trincas, e neste caso são três cartas correspondentes a um mesmo composto. Este trabalho foi aplicado na Escola Estadual Viriato Bandeira na cidade de Coxim–MS, com alunos da Segunda série do Ensino Médio. Esse trabalho foi dividido em cinco encontros. O primeiro encontro foi o período de sondagem a fim de avaliar o conhecimento prévio dos estudantes, aplicou-se um questionário com um total de vinte questões, sendo essas relacionadas com o conteúdo trabalhado posteriormente pelo baralho. No segundo encontro realizou-se a apresentação de apenas duas funções inorgânicas utilizando exposição via PowerPoint, em seguida aplicou-se o conjunto do baralho correspondente. A revisão das outras duas funções inorgânicas e aplicação do baralho correspondente foi realizada no terceiro encontro.Já no quarto encontro os estudantes tiveram contato com o baralho completo. O último encontro foi o momento de avaliar a evolução dos estudantes, para isso aplicou-se um novo questionário com vinte questões, relacionadas ao jogo aplicado.

Resultado e discussão

O Baralho das Funções Inorgânicas, proporcionou aos participantes deste trabalho diversos benefícios, dentre eles uma evolução significativa quanto ao nível de conhecimento, principalmente no que diz respeito a aplicação dos compostos de cada uma das funções abordadas, sendo que na primeira sondagem os estudantes obtiveram apenas 26% de acerto nas questões sobre essas aplicações, mas após o contato com o baralho, a quantidade de acertos saltou para 60%. Quanto a vivência dos estudantes, verificou-se muitas das considerações apresentadas por (Cunha, 2012), os estudantes foram capazes de mostrar suas habilidades e competências ao manipular o baralho, este ainda provocou uma maior motivação para o trabalho, pois favoreceu a eles uma maneira divertida para a fixação dos conhecimentos do conteúdo proposto, o jogo pôde melhorar a socialização em grupo, uma vez que os conceitos eram discutidos entre eles, assim os estudantes que apresentavam algum tipo de dificuldade, através da discussão em grupo melhoravam seu rendimento. Logo o jogo didático, Baralho das Funções Inorgânicas proporcionou um desenvolvimento físico, intelectual e moral aos estudantes participantes.

Figura 1 - Imagem dos naipes e o coringa do conjunto de ácidos.

Cartas referentes ao Ácido Clorídrico, naipes de nomenclatura, fórmulas, aplicações mais o coringa. Fonte: Os autores.

Figura 2 - Estudantes jogando “O Baralho das Funções Inorgânicas”.

Encontros com os estudantes do ensino médio em que estão em contato com o jogo didático. Fonte: os autores.

Conclusões

Pode-se concluir que o jogo didático atingiu o objetivo de proporcionar aos estudantes do ensino médio uma ferramenta de auxílio na aprendizagem, sendo assim uma maneira divertida de compreender alguns conceitos das funções inorgânicas, todo o processo envolvido favoreceu a interação e a participação de todos. Os alunos se depararam informações, em que relacionaram com seu cotidiano. Além de auxiliar os estudantes da Escola Estadual Viriato Bandeira, este trabalho proporcionou aos participantes do PIBID uma rica experiência em sala de aula, contribuindo assim para formação dos mesmos.

Agradecimentos

Os autores agradecem à CAPES pelo PIBID que concede apoio financeiro e institucional a estes estudantes e também a todos os profissionais Bolsistas internos do PIBID

Referências

BRASIL, Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 1999.

CUNHA, M. B. Jogos no ensino de Química: Considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Revista Química Nova na Escola, n. 2, maio 2012.

GIL-PEREZ, D.; CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1998

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.