Autores

Proença, J. (PUCPR) ; Nery, L. (PUCPR) ; Vianna-filho, R. (PUCPR)

Resumo

O uso de atividades lúdicas em sala de aula permite aos alunos uma nova metodologia no processo de ensino-aprendizagem e um jogo de RPG permite explorar de uma maneira lúdica o conteúdo de Química Orgânica. Este tipo de jogo estimula as ações em conjunto, raciocínio rápido, colaboração e estratégia. O jogo desenvolvido foi baseado no RPG de mesa, que consiste num jogo narrativo, onde o narrador será o professor, o qual conta uma história, o enredo do jogo para os alunos, bem como a história de cada missão. O enredo principal do jogo consiste num mundo dominado pela contaminação onde os poucos recursos naturais que ainda existem estão muitos contaminados. Então é criado um Centro de Proteção o qual convoca um grupo de aventureiros para recuperar esses recursos, através de uma viagem no temp

Palavras chaves

jogos no ensino de Químic; material didático alterna; aprendizagem de Química

Introdução

Realizar conexões entre conceitos teóricos e situações aplicadas, deixar a aula teórica mais atrativa, sair do tradicional quadro e giz, e buscar novas ferramentas de ensino são tarefas desafiadoras na realidade escolar. O ensino de Química atravessa uma fase de mudança. Dentro deste contexto muitos estudos na área procuram compreender quais são as dificuldades no aprendizado do conhecimento químico e como esse conhecimento, de grande importância para inserção do indivíduo na sociedade, pode ser assimilado e compreendido. Na busca de tornar o ensino de Química mais atrativo, educadores buscam utilizar novas ferramentas de ensino em sala de aula e é nesse contexto que o uso de jogos lúdicos se destaca, não como uma simples e pura diversão, mas também como instrumento motivador para a aprendizagem e construção de novas aptidões e competências para o aluno (FOCETOLA et al, 2012).

Material e métodos

Esta atividade foi aplicada com alunos de terceiro ano do ensino médio, através de dois questionários e um jogo de RPG, durante uma mostra de ciências do PIBID-Química na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Para o desenvolvimento foi elaborado um jogo didático do tipo RPG, direcionado para a disciplina de Química Orgânica, podendo ser aplicado como material suplementar ao livro didático. Para o desenvolvimento do jogo foi elaborado enredo principal do jogo, que tem a utilidade de situar em que época o jogo se passa inicialmente e também expõem o objetivo principal da aventura. Em seguida elaboraram-se: as missões ou desafios a serem resolvidos durante o jogo. Junto da missão encontram-se as dicas/pistas, para que sejam utilizadas durante a atividade. As missões ou desafios foram desenvolvidos de acordo com substâncias presentes no cotidiano dos alunos, a fim de exemplificar suas aplicações. O jogo desenvolvido foi baseado no RPG de mesa, que consiste num jogo narrativo. O papel de narrador do jogo será desempenhado pelo professor, que irá contar o enredo do jogo para os alunos, bem como a história de cada missão. Durante o jogo o professor servirá de guia para os alunos na resolução das missões, auxiliando com dicas e na verificação das respostas fornecidas pelos alunos. Assim o professor poderá verificar se a possível resolução para a missão esta correta e coerente, além de verificar se o raciocínio dos alunos esta correto durante o jogo, conduzindo-os a uma solução coerente para a atividade. Para solucionar o jogo, cada grupo possui uma ficha de resolução da atividade, que deverão responder após descobrirem qual foi à substância encontrada na missão.

Resultado e discussão

Segundo 86% dos participantes, as regras explicadas no início da atividade foram claras e de fácil compreensão. Porém durante o jogo, foi possível verificar que muitos alunos ficavam tentando adivinhar soluções, sem ao menos buscar novas informações e consultar o livro didático. Na missão relacionada a produção e separação do etanol de outros alcoóis, os alunos deveriam propor um método de separação, o nome e dados referentes à substância encontrada, segundo as regras para nomenclatura definidas pela IUPAC. A partir da resolução fornecida pelo estudantes, observou-se o seguinte grau de acerto em relação aos conceitos desenvolvidos: substância obtida, 100%; processo de separação, 57%; utilização da substância, 85%;nome oficial, 71%; nome usual, 7%; fórmula molecular, 57%; fórmula estrutural, 92%. Ao serem questionados sobre uma possível aprendizagem durante o jogo, 63% disseram que sim, 8% disseram que não e 29% disseram que não sabiam. Os que disseram que sim, conseguiram aprender novas aplicações da substância encontrada durante o jogo, separação de misturas, solubilidade da substância encontrada, a solucionar problemas formulando novas respostas, sem usar respostas previamente montadas. Segundo Piaget (1978) um jogo não é apenas divertimento ou brincadeira para desgastar energia, ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral, pois através dele se processa a construção de conhecimento. As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais, sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. Nesse sentido Pedroso (2009) sugere que o uso de atividades lúdicas é uma tendência usada para motivar o aluno a participar da aula e auxiliar na construção de conhecimentos.

Conclusões

O uso de jogos para pode criar uma maneira desafiadora, divertida e única para o Ensino de Química, permitindo o desenvolvimento e pratica de habilidades em química, relacionando o conhecimento científico com situações extraclasse. Esse enfoque poderá motivar os alunos a aprenderem Química. O jogo desenvolvido fornece ao professor uma ferramenta útil de interação com os alunos e auxiliar ao livro didático. Esse material pode ser usado ainda como recurso de avaliação da aprendizagem, substituindo ou em conjunto com práticas tradicionais.

Agradecimentos

Pontifícia Universidade Católica do Paraná pelo apoio as licenciaturas. Esse trabalho é financiado pela CAPES através do Projeto PIBID (Programa Institucional de Bols

Referências

FOCETOLA, Patrícia B. M. et al. Os Jogos Educacionais de Cartas como Estratégia de Ensino em Química. Revista Química Nova na Escola. vol. 34, n° 4, p. 248-255, novembro 2012. .

PEDROSO, C. V. Jogos didáticos no ensino de biologia: uma proposta
Metodológica baseada em módulo didático. In: Congresso Nacional de Educação , 9, EDUCERE, Curitiba, 2009. Anais... Curitiba, 2009. p. 1-9.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho imagem e representação, Rio de Janeiro: Zahar, 1978.